Funkeiras acham que Nicki Minaj precisa aprender a rebolar com brasileiras
Thays Almendra
Do UOL, em São Paulo
26/08/2014 07h00
Quem viu Nicki Minaj mexer o bumbum avantajado no VMA 2014 (Video Music Awards), na noite de domingo (24), reconheceu aquele rebolado. O que as cantoras e dançarinas estrangeiras estão disseminando agora em território internacional, as popozudas brasileiras já ditam há tempos. "Elas precisam é aprender o gingado brasileiro e do funk carioca", garante Andressa Soares, a Mulher Melancia.
Conhecida por disseminar a "Dança do Créu" e conseguir rebolar o bumbum em cinco velocidades diferentes, Melancia disse que Nicki Minaj, Taylor Swift e Beyoncé no VMA 2014 deveriam investir em um pouco de "brasilidade". "Podem me chamar, que eu ensino".
Enquanto Melancia tem cerca de 120 cm de bumbum, Nicki Minaj mostra no clipe "Anaconda" que tem "somente" 110 cm de circunferência. Mas Melancia diz que, na batalha de "superprodução e investimento", a rapper norte-americana tem mais chances de ganhar. "Claro que o dinheiro gasto nessa produção deve ter sido absurdo, isso garante a qualidade do trabalho. Achei de muito bom gosto, maquiagem, figurino impecáveis. Sucesso certo".
Já a funkeira Yani, conhecida como Mulher Filé, acredita que Nicki Minaj escolheu uma batida de funk semelhante ao pancadão brasileiro e "botou pra f****" em seu clipe. "Nicki gosta de dançar, e essa pegada de sensualidade é bem dela. Ela queria causar e conseguiu. Ela é uma artista e, para poder bombar, tem que se diferenciar", explicou ela, dizendo que o rebolado das estrangeiras é diferente daquele das brasileiras. "Aqui as funkeiras rebolam mesmo".
Nem Miley Cyrus passou pelo crivo de Filé, que afirma que a ex-Hanna Montana não dança de verdade e pegou carona no estilo da Madonna. "O estilo de Miley não é tão brasileiro. Ela quis passar a mensagem de 'sou meio vadia agora, quero pegar uns caras, eu bebo, eu zuo e f***-se'", disse a brasileira, que está prestes a gravar um clipe para a música "Striptease", em que ficará nua e fará pole dance.
"Sintam a batida e liberem até o chão"
Valesca Popozuda não desceu do salto ao falar do rebolado das cantoras pop internacionais: a dona do hit "Beijinho no Ombro" teceu elogios e disse que combina muito com o funk, mas descarta que elas tenham se inspirado nas brasileiras. "Elas nem precisam disso. São rainhas no que fazem, não precisam rebolar muito para isso. São rainhas paradas", disse, aos risos.
Mas Valesca deu dicas de como Nicki Minaj, Taylor, Miley e Beyoncé podem alcançar um rebolado impecável como o das funkeiras do Brasil. "Se soltem e deixem a música fluir. Sintam a batida e liberem até o chão. Basta liberar e mexer sem sentir vergonha, que o rebolado funciona", explicou ela, que tem 106 cm de bumbum.
Pertencente da classe das novinhas do funk, Thaysa, 16, do Bonde das Maravilhas, ficou conhecida por dançar o "Quadradinho de Oito" ao lado das colegas Katlyn, Thalia, Rafaela, Karoliny e Renatinha --as últimas duas estão grávidas. Para a vocalista do grupo, a sensualidade está no auge e, por isso, as estrangeiras estão estourando.
"Eu gosto bastante da Nicki. Ela é sensual, provocante, e isso é bem dela. É um pouco da nossa tradição brasileira estourando no exterior. Porque aqui, no funk e no hip-hop, mexemos muito o bumbum", disse ela, que está fazendo um clipe com passos circenses que também valorizam a dança com o bumbum.