Pela 7ª vez no Brasil, Franz Ferdinand faz baile do "bate o pé" em SP
Em sua sétima passagem pelo Brasil em oito anos, o grupo escocês Franz Ferdinand despejou seu caminhão de riffs dançantes sobre o público paulistano, colocando todos para dançar –e, principalmente, pular-- na noite desta terça-feira (30), no Espaço das Américas, em São Paulo.
Em 1h45 de show, a banda apresentou 23 faixas de seu repertório, que faz uma amálgama moderna de Gang of Four, Talking Heads e Dr. Feelgood, com forte sotaque pós-punk.
O público, que não chegou a lotar o local --diferentemente do que ocorreu no show do Queens of the Stone Age, na semana passada--, reagiu de forma entusiasmada ao “bate o pé” do vocalista e guitarrista Alex Kapranos, ao lado dos colegas Nick McCarthy (guitarra e vocal), Bob Hardy (baixo) e Paul Thomson (bateria).
A performance do grupo é praticamente irrepreensível em cima do palco. Pouca conversa e muita música, como todo bom show deve ser.
Caloroso, especialmente para um britânico, Kapranos joga para a plateia. Além de tocar guitarra freneticamente, pede palmas, ensaia sua coreografia com os braços e interage sempre que pode, ainda que com poucas palavras. Cumpre à risca o ofício de frontman.
No tête-à-tête com os fãs, fica ainda mais nítida a natureza dançante do Franz Ferdinand, que compensa sua falta de groove com a energia pulsante do rock dos anos 2000. Sem baladas ou momentos de respiro, tudo vira motivo para o “pula-pula”, como em uma grande pista de dança.
No selist, o Franz Ferdinand aposta no que tem de melhor e mais seguro: os hits dos dois primeiros álbuns, seus mais bem-sucedidos --o que de certa forma demonstra um certo desgaste na fórmula pós-punk revival.
“The Dark of the Matinée”, “Take Me Out” (que ganhou coro emulando o instrumental), “Do You Want To” foram recebidas euforia. Diferentemente de faixas mais recentes, como “No You Girls” e “Ulysses”, do pouco notado “Tonight: Franz Ferdinand” (2009).
Entre uma e outra menos conhecida, os integrantes costuraram as novidades do último disco, “Right Thoughts, Right Words, Right Action”, que ficaram de fora da última apresentação no país, no Lollapalooza 2013. Entre elas, “Evil Eye" e a boa “Love Illumination".
No bis, após um solo de bateria com a participação de todos da banda, “This Fire” colocou fogo no Espaço das Américas, encerrando o show com ares de celebração indie rock.
Público desfalcado, mas jogo ganho com sobras. Com ou sem o lançamento de um futuro álbum, a oitava passagem do Franz pelo Brasil parece apenas questão de tempo.
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