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Chuva e calor marcam o Circuito Banco do Brasil em São Paulo

Caio Ramos

Do UOL, em São Paulo

01/11/2014 22h24

Em meio a muito calor e chuva, São Paulo recebeu neste sábado (1/11), o Circuito Banco do Brasil 2014. O festival itinerante de música já havia passado por Belo Horizonte (18/10) e Brasília (19/10), e terá sua última data no Rio de Janeiro, no próximo dia 8.

A etapa paulistana do evento conta com shows dos brasileiros Helga, Pitty e Skank, e dos norte-americanos MGMT, Paramore e Kings of Leon – este último fechando o dia. Na capital mineira se apresentaram Linkin Park, Panic! at the Disco, Titãs e Nação Zumbi. Estes últimos deram lugar em Brasília a Skank e Plebe Rude.

Foi escolhido para a realização do show o Campo de Marte, na zona norte de São Paulo. O local recebeu avaliações positivas do público, mas a falta de sinalização gerou críticas. “Foi um pouco difícil chegar aqui. Não tem placas na rua orientando”, afirmaram as namoradas Brenda Ilana Zorzenon Rodrigues e Lethicia Mestre, ambas com 20 anos e de Campinas, SP, que vieram assistir os shows de Pitty e Paramore. “Mas o espaço é bom, assim como a divisão em pista comum e pista premium”, comentou Brenda. A opinião delas é partilhada por Gabriela Scaranto, 19 anos, moradora do Ipiranga, na capital paulista.  “É mal sinalizado, acabei me perdendo, fui parar na avenida Olavo Fontoura. Mas a área do show tem bastante espaço e muitos banheiros, lanchonetes, bares”.

Shows
Os primeiros a se apresentar foram os cariocas do Helga, por volta das três da tarde. A banda foi a vencedora em São Paulo do concurso VOZPRATODOS, realizado em todas as etapas do Circuito, com o objetivo de revelar novos talentos. As bandas inscritas passaram por um júri artístico e votação popular via internet.

A pequena parte público que resolveu chegar cedo e enfrentar o sol impiedoso não se animou muito com o rock bem feito do Helga, talvez por desconhecerem o repertório da banda. A apresentação também foi prejudicada pelo som baixo, que dificultava ouvir as guitarras. Cantando em português e com influências de grupos como Black Sabbath e ACDC, o Helga teve a maior resposta do público quando tocou “Ace of Spades”, da banda inglesa Motörhead.

A próxima a subir no palco foi Pitty.  A roqueira baiana iniciou o show com “Setevidas”, música do álbum mais recente, de mesmo nome, lançado neste ano. “Estamos na turnê do nosso disco novo, mas vamos fazer um show misto, com músicas mais antigas também”, afirmou Pitty.
Foram justamente as músicas mais conhecidas da cantora e guitarrista que incendiaram o público, como “Admirável Chip Novo”, “Teto de Vidro” e “Máscara”. “Memórias” e “Pulsos” também foram bem recebidas pela plateia, que começava a lotar o Campo de Marte. Pitty encerrou o show com “Serpente”, do novo álbum. “Essa música será o segundo clip extraído do Setevidas”, revelou.

Durante o show de Pitty, o sol forte começou a dar lugar a nuvens escuras, que se transformaram em uma tempestade após a apresentação da roqueira baiana. A chuva recebeu aplausos de alguns, mas transformou as áreas de gramado em lamaçais.

E foi sob chuva que o público começou a assistir o show dos mineiros do Skank. “Das bandas que tocam hoje, gosto muito da Pitty. E também admiro muito o trabalho do Kings of Leon, já há muito tempo”, disse à reportagem do UOL o líder Samuel Rosa, um pouco antes da apresentação.
O show do Skank teve foco nos clássicos da banda, como “É Uma Partida de Futebol”, “Vou Deixar”, “É Proibido Fumar”, “Jackie Tequila” e “Garota Nacional”. A escolha do setlist se revelou acertada. O público não se intimidou com a chuva forte e cantou e pulou em praticamente todas as músicas.

A apresentação foi encerrada com “Helter Skelter”, dos Beatles, com a participação da banda gaúcha Cachorro Grande. A recepção do público foi amena. Ele era composto em sua maior parte por mulheres com cerca de 20 anos de idade, muitas usando camisetas do Paramore. E elas pareciam estar mais ansiosas pelo show do grupo liderado pela vocalista Hayley Williams do que por covers dos Garotos de Liverpool.