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Ficamos de saco cheio de "Ho Hey", diz baterista dos Lumineers

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

28/11/2014 06h00

Eles já se definiram como “heart on the sleeve”, pessoas que não se importam em falar abertamente sobre seus sentimentos e emoções. Mas experimente perguntar a um dos Lumineers qual é o tipo de música praticada pela banda.

“É uma boa pergunta. Eu não sei. Já nos chamaram de tanta coisa. Nosso som tem violões, piano, violoncelo. Já ouvimos que somos folk, folk rock, que soamos parecidos com Mumford & Sons, e até que somos dance pop. Mas não sou ligado a gêneros”, diz ao UOL o baterista Jeremiah Fraites.

Pela primeira vez no Brasil, o grupo formado em New Jersey em 2005 é uma das atrações do segundo dia do Popload Festival, neste sábado (29), em São Paulo. Com uma sonoridade acústica, que privilegia melodia e refrões ganchudos, fez barulho na cena indie com o álbum de estreia, lançado em 2012, principalmente por causa do hit "Ho Hey".

De sabor pop, a faixa remete aos perrengues dos primeiros anos de banda, quando os integrantes faziam bicos em bares e restaurantes para sobreviver. Segundo Fraites, o grito marcante entoado no refrão, que escalou as paradas e vendeu mais de 4 milhões cópias no Estados Unidos, por pouco não veio ao mundo.

“Quando começamos a trabalhar na música, usamos o ‘Ho Hey’ apenas para pontuar os compassos. Não tínhamos a menor ideia do que estávamos fazendo. No estúdio, até pensamos em tirá-lo, porque estava começando a ficar irritante (risos). Já estávamos de saco cheio.”

Além do sucesso mundial da música, que já foi trilha de comerciais, séries e até ganhou cover de Taylor Swift, Jeremiah tem no currículo um feito um tanto mais curioso. No Grammy de 2013, quando a banda se apresentou e recebeu duas indicações, ele levou um tapa na cara simplesmente de Elton John.  

“Foi muito divertido, porque sou um grande fã dele. Eu e o Stelth, nosso pianista, estávamos voltando aos nossos assentos, bem empolgados de estar ali, e acabamos cruzando com ele, que disse que nos adorava. Eu falei algo como ‘sem chance de você saber quem a gente é’. Bem, eu não diria que ele me estapeou na cara, mas deu um tapinha divertido na minha bochecha.”

Aos fãs do som “sentimental” dos Lumineers, o músico adianta que o segundo álbum, ainda sem nome, sairá em algum momento de 2015. Ele e os parceiros Wesley Schultz (vocal e violão), Neyla Pekarek (vocal e violoncelo), Stelth Ulvang (piano) e Ben Wahamaki (baixo) têm compromisso com o estúdio logo ao fim da turnê. São mais de dois anos praticamente ininterruptos de estrada.

"Sei que todos querem novidades. Mas faremos coisas que já fizemos no primeiro disco. Vamos nos esforçar para que as músicas soem bem para nós. Não nos preocuparemos em mudar. Compomos o que gostamos. Nos respeitamos nesse sentido."