Em clima soturno, Interpol fecha o tempo e traz chuva no 2º dia do Lolla
A pecha de "seres da noite" que insistem em colar no Interpol não encontra tanto eco na realidade, mas ironicamente, os norte-americanos entraram no palco principal no segundo e último dia do Lollapalooza trazendo nuvens escuras no céu e uma chuva fina.
A banda abriu com o sucesso certeiro, "Say Hello to the Angels", do primeiro álbum "Turn on the Bright Lights", que se não fez o sol voltar, pelo menos agitou o público com levada rápida e bateria bem marcada.
Com certa adoração pela melancolia pós-punk do Joy Division, a banda não deixou de lado as baladas climáticas, com guitarras em crescente e a voz lamuriosa do Paul Banks, como "Leif Erikson" e "NYC", e as novas "Everything is Wrong" e "Anywhere", do último álbum, "El Pintor".
Mas mesmo vestidos de preto, o show acertadamente focou em melhores exemplos de bons rocks da discografia. Vieram: "Evil", "Not Even Jail" e "PDA" -- nesta, a mais dançante do repertório, a chuva já tinha até cessado.
Entre bons e medianos momentos da carreira, o Interpol conseguiu ser uma das poucas bandas dos anos 2000 a não se perder entre novas direções musicais, como aconteceu com outros representantes da época, como Strokes. "El Pintor", o quinto álbum, investe na mesma receita sonora da carreira -- não se arrisca, mas também não decepciona. A ótima e rápida "All the Rage Back Home", já no fim do show, é uma boa prova.
O público do Interpol não foi muito grande, no entanto. E, ao fim, diminuiu mais ainda. Houve uma debandada em direção ao palco Ônix, que teria o show da banda The Kooks.
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