Sob garoa, Pharrell e Harris aquecem público no Lolla; veja como foi 2º dia
Enquanto no palco Skol, o principal do evento, Pharrell Williams fazia um show alto-astral para uma plateia lotada de gente feliz, no palco Axe Billy Corgan caprichava nas guitarras pesadas e melodias tristes com o seu Smashing Pumpkins reformulado, em um show razoavelmente cheio. Essas foram as apresentações que encerraram o Lollapalooza 2015, na noite deste domingo (29), em um dia que também foi fortemente marcado pela música eletrônica do DJ Calvin Harris.
Diferentemente do sábado, que teve tempo bom durante todos os shows, o público encarou garoa fria no segundo dia do festival, que ainda trazia entre as suas principais atrações Interpol, The Kooks e Foster the People. Como no dia anterior, havia menos gente do que o esperado no evento, o que novamente obrigou os campistas a venderem os ingressos por um preço mais baixo na entrada do autódromo de Interlagos (zona sul de São Paulo).
O que chamou a atenção das pessoas que foram até o local pela manhã, no entanto, não foi nenhum show indie ou eletrônico. Foram os alto-falantes de uma igreja evangélica, que tentava atrair jovens tocando música gospel e distribuíam panfletos que imitavam os do festival, mas traziam mensagens religiosas.
Indie, eletrônico e pop
Dentro do autódromo, no entanto, a primeira atração marcante foi a banda potiguar Far From Alaska, que começou a tocar às 12h40 diante de uma plateia consideravelmente cheia para o horário e fez uma apresentação cheia de energia, graças principalmente à carismática vocalista Emmily Barreto.
Depois foi a vez de os nova-iorquinos do Interpol mostrarem o seu rock soturno com o vocal grave de Paul Banks, no estilo Joy Division. O show, que começou às 15h25 no palco Skol, coincidiu com a chegada definitiva da garoa que persistiria até o fim do festival. Apesar de ter feito uma apresentação competente, com vários hits que a banda acumulou desde o início dos anos 2000, o grupo não atraiu tanta gente para o seu show, e ainda viu parte do público debandar para a apresentação da banda The Kooks, que tocou no palco Onix, em seguida.
A banda indie britânica, aliás, pôs o público para dançar em sua apresentação e conquistou principalmente o público feminino, graças aos cabelos enrolados, à barba ruiva e aos movimentos sensuais do vocalista e guitarrista Luke Pritchard, que arrancou suspiros das garotas.
Terminado o show do Kooks, foi a vez de outra banda indie, a californiana Foster the People, mostrar o seu pop-rock dançante. O grupo liderado pelo vocalista Mark Foster subiu ao palco principal às 17h35 para se apresentar à plateia mais lotada até então, no segundo dia do festival. Apesar de tocar para um público um pouco maior do que as atrações anteriores, no entanto, o Foster pareceu não empolgar muito a plateia, que mostrou certa timidez, talvez devido a ausência de músicas conhecidas. “Pumped Up Kicks”, maior hit do grupo, porém, não ficou de fora do repertório e foi o ponto alto do show.
Ao mesmo tempo que o Foster the People tocava no palco Skol, a roqueira baiana Pitty se apresentava no palco Axe, para uma plateia mais modesta, porém mais animada, que cantava junto com ela hits como “Me Adora” e “Admirável Chip Novo”. A apresentação deixou claro que Pitty se encontra em um bom momento de sua carreira, mais madura e relevante.
Pharrell X Harris
O que veio a seguir foi o show mais lotado do segundo dia do festival: o do DJ-galã Calvin Harris, que arrastou uma multidão para a frente do palco Onix, demonstrando que quem foi ao Lolla neste ano queria mesmo era ouvir música eletrônica. Modelo recém-contratado da Armani, o DJ escocês arrancou gritos das jovens em frente ao palco e fez todos dançarem com as batidas e remixes que saíam de suas pick-ups. Os grandes hits do show foram "Summer", "Feel so Close" e "I Need Your Love".
Quando a apresentação de Harris chegou ao fim, por volta das 20h10, a frente do palco principal, onde o show do cantor e produtor Pharrell Williams estava marcado para começar às 20h15, ainda estava vazia. E tudo indica que esse foi o motivo do atraso de 15 minutos para que o head-liner da segunda noite subisse ao palco.
Pharrell acabou iniciando sua performance ao mesmo tempo que o Smashing Pumpkins, que se apresentou no palco Axe. Reformulada, a banda de Billy Corgan, que agora conta com o baixista Mark Stoermer, do Killers, e o baterista Brad Wilk, do Rage Against The Machine, abusou de guitarras pesadas, melodias tristes e antigos sucessos dos anos 1990, como "Tonight, Tonight", "Bullet with Butterfly Wings", "1979". O show teve até mesmo um “desabafo” de Corgan, que contou ao público que seu gato morreu enquanto ele estava na América do Sul.
Já no outro palco o clima era outro. Cercado de belas dançarinas, Pharrell mostrava o seu pop radiofônico em uma apresentação que mostrou por que o cantor e produtor é um dos principais nomes da música pop no momento. Além de cantar suas próprias músicas, ele soube aproveitar bem as parcerias que coleciona em sua carreira ao apresentar canções que fez junto com Gwen Stefani ("Hollaback Girl"), Snoop Dogg ("Beautiful), Daft Punk ("Get Lucky" e "Lose Yourself to Dance") e Robin Thicke (a polêmica "Blurred Lines", que rendeu à dupla um processo de plágio de US$ 7,4 milhões, movido pela família de Marvin Gaye).
O show contou ainda com momentos em que o artista convidou o público para subir ao palco. E marcou o fim do festival com um clima de grande festa, como não poderia deixar de ser, ao som do onipresente megahit “Happy”, música estrangeira mais tocada nas rádios brasileiras.
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