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João Donato e homenagem a Lincoln Olivetti agitam a "Rock Street"

Alexandre Matias

Colaboração para o UOL, do Rio

19/09/2015 00h34

Vedete de Roberto Medina, fundador do Rock in Rio, a vilinha de lojas chamada Rock Street funciona como um microcosmo do que é o festival: uma multidão perdida sem saber se continua andando ou se volta enquanto tenta descobrir se as pequenas casinhas com cara de cidade cenográfica eram lojas ou estandes de algumas das marcas patrocinadoras do evento.

Mas, ao menos nesta primeira noite, a qualidade musical era incompatível com os shows saudosistas do início do primeiro dia do festival - especificamente o show do veterano João Donato que, ao lado de integrantes da banda paulistana Bixiga 70, desfilou seus clássicos imortais dos anos 70 (como "Flor de Maracujá", "Não Tem Nada Não" e "Cala Boca Menino") além de músicas de seu próximo disco, em que volta a sintonizar-se nos teclados elétricos, como no disco "A Bad Donato", de 1970. Girando os controles do teclado como se fosse um DJ, o octagenário não aparentava a sua idade e sua energia contagiou o público da vilinha, que aglomerou-se ao redor do palco de apenas um metro de altura para saudar músicas ainda inéditas como "Combustão Espontânea", "Tartaruga" e "G8".

A Rock Street ainda contou com uma homenagem ao maestro arranjador Lincoln Olivetti, morto no início do ano. Misto de show e discotecagem, contou com a DJ Mary Olivetti, filha de Lincoln, e o produtor Kassin na cabine de DJ, acompanhado por um tecladista (fantasiado como no filme "Tron" e tocando um keytar, aqueles teclados que se empunha como se fosse uma guitarra) e um naipe de metais, desfilaram hits que funcionam como assinatura do produtor, como "Palco" (imortalizada por Gilberto Gil), "Aleluia" (parceria com o cantor Robson Jorge) e "Assim Caminha a Humanidade" (de Lulu Santos).

O principal problema, no entanto, diz respeito à entrada da Rock Street, que é um enorme corredor que sai da entrada do festival até a tenda eletrônica, que, como uma aranha de metal, fica no final deste corredor. Só que bem no início, um dos patrocinadores do evento armou um karaokê com direito a banda ao vivo, logo em frente à capela onde são realizados os casamentos no festival. Isso inevitavelmente criava um aperto de público que fazia muita gente olhar a quantidade de gente à entrada e desistir de seguir em frente.