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"Fiquei feliz que ele tenha gostado", diz Ney Matogrosso sobre Adam Lambert

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

23/09/2015 07h00

Após Adam Lambert, vocalista do Queen, ficar deslumbrado com o LP do Secos & Molhados e elogiar Ney Matogrosso, foi a vez do cantor brasileiro retribuir o elogio. “Fiquei feliz que ele tenha gostado, principalmente vindo de uma pessoa que não me conhecia e nunca tinha ouvido falar de mim”, disse Ney, que conversou com o UOL por telefone.

Na quarta-feira (16), antes de se apresentar em São Paulo, Adam Lambert, que é apaixonado por LPs, foi à Discoteca Oneyda Alvarenga, no Centro Cultural São Paulo, a convite da MTV e da Warner. O local possui um acervo de 45 mil discos, reunidos ao longo de 80 anos. Por lá, o artista ouviu Tears For Fears, David Bowie, Michael Jackson e Secos & Molhados. Ele chegou a ouvir o álbum solo de Ney, “Bandido” (1976), e a faixa título “Bandido Corazón”.

Adam Lambert escuta o disco do Secos & Molhados no CCSP - Sosso Parma/Divulgação - Sosso Parma/Divulgação
Adam Lambert ouve Secos & Molhados no CCSP
Imagem: Sosso Parma/Divulgação

“Imagino que a capa do álbum do Secos & Molhados tenha despertado a atenção dele. Naquela época, minha voz era diferente e não dava para saber se era um homem ou mulher cantando. Quando a pessoa descobria que era homem, ficava passada”, disse Ney.

Quem botou os discos para Lambert ouvir foi Michelli Provensi, do programa "Móv3l", da MTV. Os bastidores da entrevista foram registrados pelo Centro Cultural São Paulo, que disponibilizou as imagens com exclusividade para o UOL (assista acima).

Na discoteca do CCSP, onde Lambert ficou por quase uma hora, ele ganhou dos funcionários o novo DVD de Ney, “Atento aos Sinais”. “Na hora que ele percebeu o agudo de Ney, ele se arrepiou”, disse Pena Schmidt, Diretor do Centro Cultural São Paulo. “Ele se emocionou. Foi tão espontâneo”, completou. “A voz do Ney Matogrosso não é normal. Ele é superdotado na qualidade, sempre foi”, elogiou o diretor.

Ney cantou na sexta-feira (18), no show em homenagem aos 30 anos do Rock in Rio, na mesma noite da apresentação do Queen. “Depois que eu fiz o show, eu pedi para andar de tirolesa. Em 2013 eu cantei em homenagem ao Cazuza e fiquei morrendo de vontade na época, mas não consegui ir”, revelou Matogrosso. “Neste ano, saí discretamente do palco. Me perguntaram se eu tinha medo. Eu não tenho medo disso não. Adorei passar por cima da multidão”, disse.

“Saí da tirolesa e fui para o palco Sunset encontrar com o Arnaldo Antunes, Lenine e Mart'nália. Depois eu fui embora para casa. Assisti ao show do Queen da televisão”, lembrou. “Se o Adam tentasse imitar o Freddie Mercury seria um erro. O figurino de couro dele me lembrou o do Elvis. Eu achei que ele ficou melhor quando usou a roupa mais despojada, com uma calça e uma camisa mais leves. Deu para ver ele melhor. Ele tem postura de palco”, elogiou o cantor.