De viciado a paizão: como James Hetfield virou o cara mais legal do metal

O vocalista do Metallica, James Hetfield, não se considera um bom exemplo para ninguém. A dependência em álcool e outras drogas já o levou, em 2001, a ficar sete meses internado em uma clínica de reabilitação. Mas todo esse passado de excessos parece cada vez mais distante do maior "bonachão" do metal da atualidade.

Desde que o músico exorcizou os demônios no álbum “Death Magnectic” (2008), em que promoveu uma volta as raízes da banda, a fase é das melhores: James tornou-se abstêmio, reatou amizades, virou um pai de família exemplar e, mais recentemente, ganhou o "troféu simpatia" tocando instrumentos de brinquedo no programa do apresentador Jimmy Fallon.

Estamos diante de um novo James Hetfield, que está colhendo os frutos da nova fase com o novo álbum da banda, “Hardwired... to Self-Destruct”, lançado na semana passada causando barulho —e elogios— com sua série de videoclipes.

Veja abaixo como James Hetfield, 53, se tornou o melhor amigo que você gostaria de ter.

Adeus ao passado “químico”

Na vida, nada é para sempre. Mas James Hetfield está em uma das melhores fases da carreira. E é inegável que isso tem a ver com o fato de ter se livrado dos problemas com drogas, principalmente a bebida. Os bastidores desse período crítico foram mostrados no DVD “Some Kind of Monster”, lançado em 2004, em pleno inferno astral. Hoje, após adotar o estilo de vida “straight edge” (que defende a total abstinência), o vocalista se diz sua droga favorita é a energia do público. Mas ele já foi flagrado tomando outro "aditivo", também nada perigoso, o nosso famoso "chimarrão".

Reatando amizades

O Metallica mantém a mesma formação desde 2003, quando o baixista Robert Trujillo substituiu Jason Newsted. Até então, era comum os integrantes trocarem farpas com ex-membros, incluindo aí Dave Mustaine, líder do Megadeth que fez parte da banda. Mas qualquer clima de inimizade parece ter terminado em 2011. Foi quando James convidou personagens que fizeram parte ou tiveram alguma relação mais próxima com o grupo para um show especial em San Francisco, no histórico Fillmore. Nada como encarar os velhos fantasmas de frente.

Virando "paizão"

Quem imaginaria que o vocalista da banda de metal que mais vendeu discos no mundo, cantando sobre guerra e destruição, se tornaria um pai de família fofo e presente? A transformação de Hetfield pode ser vista nas cada vez mais frequentes aparições dele com a mulher, Francesca, e os filhos Cali, Castor e Marcella. A "família sorrisão" vive uma vida pacata na mansão do músico na Califórnia. Coruja, Hetfield já cantou parabéns para Castor no palco do Metallica e até trouxe Cali para cantar com ele em alguns shows acústicos. A favorita da primogênita em suas canjas? Adele! Quem diria.

Zoeira com os famosos

Os “headbangers” mais conservadores podem até torcer o nariz, mas o Metallica é, também, uma banda pop. A infinidade de artistas que trajam camisetas do grupo fala por si só. Por causa disso, James foi recentemente convidado para comentar fotos de celebridades que, teoricamente, têm o vocalista no coração. Com muito bom humor, ele não fez cara feia para ninguém e curtiu o fato de ser admirado por gente como a cantora Avril Lavigne, o ator Ryan Gosling e a socialite Kim Kardashian. "Esse é o Kanye West, né, vestido de mulher (risos)? A camiseta é claramente muito grande para ela e mostra mais pele do que eu deixaria minha filha mostrar", brincou James.

Tocando brinquedinhos

A foto acima mostra que é verdade. O Metallica executou a nervosa “Enter Sandman”, do chamado “Black Album”, usando apenas instrumentos infantis. Isso aconteceu na semana passada em um quadro do programa “The Tonight Show”, do apresentador pop Jimmy Fallon. Como já esperado, a apresentação viralizou mostrando uma faceta não tão conhecida por parte dos fãs: a de um solar bom humor. Não que Hetfield nunca tenha demonstrado espirituosidade. Mas é inegável que, lançando menos discos e passando menos tempo em grandes turnês, ele e os colegas estão extremamente relaxados e à vontade na atual fase da banda, que também soube abraçar causas beneficentes.