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Assessor diz que Loalwa recebia dinheiro do exterior e dispensava segurança

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

19/01/2017 13h00

O assessor de imprensa de Loalwa Braz, cantora do grupo de lambada Kaoma que foi encontrada morta nesta quinta-feira (19), disse ao UOL que a maioria dos shows da artista eram feitos fora do país e que boa parte da renda dela vinha da França, onde morava seu marido, o empresário francês Eric Levesqueau.

Vinicius Belo contou ainda que a pousada Azur, de propriedade da cantora, embora ficasse em um lugar bastante afastado, não tinha segurança. "Loalwa não tinha medo de assaltos", afirmou o assessor que trabalhava há oito anos com a cantora.

O corpo de Loalwa foi encontrado dentro de um carro queimado, próximo a sua pousada, na Estrada da Barreira, em Saquarema. Um outro incêndio também atingiu o hotel. "Não sei se ela tinha inimigos ou se recebia ameaças. Mas ela era uma mulher muito corajosa, nunca achou que corresse perigo na pousada", disse Vinicius. "Ela levava uma vida simples, vivendo nesse lugar maravilhoso. Todas as vezes que ia lá, eu morria de medo porque é isolado", completou. 

A cantora também tinha um irmão, Walter, que mora em Vitória, no Espírito Santo. "Passei a manhã inteira avisando as pessoas desta tragédia. O irmão dela está vindo agora para Saquarema para reconhecer o corpo e dar andamento no velório".

Loalwa tinha acabado de se curar de um câncer no ovário e se preparava para regravar seus principais sucessos remixados em outros estilos musicais. "Ela estava convidando vários artistas regionais para participar do projeto. A Gaby Amarantos, por exemplo, já tinha aceitado", disse. Em 2013, durante a Virada Cultural, Gaby e Loalwa dividiram o palco em um show no Largo do Arouche.

Loalwa se apresentou pela última vez no Brasil em setembro de 2016 em Porto Seguro, dentro de um festival de lambada. 

De acordo com Corpo de Bombeiros da região de Saquarema, uma equipe foi acionada para conter um incêndio no sótão da pousada às 3h50. Às 6h, a mesma equipe atendeu outra chamada, desta vez para apagar o fogo em um carro modelo Honda Civic, e um corpo foi encontrado totalmente carbonizado no banco traseiro.
 
Somente após a perícia a polícia poderá dizer se os incêndios na casa e no carro têm relação e se foram criminosos. O caso está sendo investigado pela 124ª Delegacia de Polícia, em Saquarema, e o corpo será encaminhado para o Instituto Médico Legal para identificação.