Roger Waters quer levar show "The Wall" à fronteira dos EUA com México
Um dos fundadores do Pink Floyd, o baixista e compositor Roger Waters está considerando tocar o álbum "The Wall", um dos grandes clássicos de sua antiga banda, em uma apresentação na fronteira dos Estados Unidos com o México, em protesto contra o presidente americano Donald Trump. A informação foi revelada por ele à agência France Press.
Na entrevista, Waters afirma que o álbum lançado em 1979, que vendeu mais de 30 milhões de cópias no mundo, continua extremamente atual "com o Sr. Trump e toda essa conversa de construir muros e criar tanta inimizade quanto possível entre raças e religiões".
Conceitual, "The Wall" conta a história de um astro da música que, com problemas psicológicos, acaba se afastando da família, amigos e sociedade. O muro aparece como metáfora desse isolamento, que é tema de clássicos como "Another Brick in the Wall" e "Comfortably Numb".
"O disco mostra como construir muros pode ser prejudicial em nível pessoal, mas também em níveis mais amplos", diz Waters, que acredita que "haverá um despertar contra essas políticas de extrema-direita".
"Esgotos têm sido despejados por homens gananciosos e poderosos enquanto eu falo com você", dispara. "A música é um lugar legítimo para expressar protestos, e os músicos têm o direito absoluto e o dever de abrir a boca para falar sobre isso."
Histórico político
Em 1990, Rogers Waters, que é defensor da criação do Estado Palestino, já havia abraçado a política ao apresentar o show do álbum "The Wall" em Berlim, celebrando a queda do muro que por quase trinta anos separou a Alemanha em duas.
Com forte teor político, a turnê inspirada no álbum foi relançada em 2010, passando pelo Brasil em 2012 com shows em Porto Alegre, Rio e São Paulo.
Atualmente, o ex-Pink Floyd é uma das vozes mais ativas na música a protestar contra as polêmicas medidas segregacionistas do novo presidente americano. Entre elas, a construção de um novo muro separando os EUA do México.
Em shows recentes, o músico tem lançado ao ar seu tradicional porco inflável com a inscrição "Dane-se Trump e o muro". As alfinetadas também incluem outras mensagens nada amistosas e imagens de Trump no telão ao lado de membros do movimento racista Ku Klux Klan.
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