Só tem hit! Strokes dá "aula básica de música de festa" no Lollapalooza

Não faz nem nove meses que o The Strokes lançou um EP com músicas inéditas, mas alguém se importa? O show nostálgico e festivo que a banda fez neste domingo (26) para encerrar o Lollapalooza Brasil 2017, no Autódromo de Interlagos de São Paulo, provou que não.

Sob uma fina chuva, o público que esperou para ver Julian Casablancas, Albert Hammond Jr., Fabrizio Moretti, Nick Valensi e Nikolai Fraiture no palco Skol, cantou "Someday", quarta canção do setlist, como se o ano fosse 2001 e o álbum "Is This It" estivesse no topo das paradas.

Em sua terceira passagem pelo Brasil, os nova-iorquinos se certificaram de agradar. O repertório foi recheado de favoritas como "Soma", "New York City Cops" e "Hard to Explain".

Mais simpático do que em 2005, quando se apresentou quase sem voz no Tim Festival, e em 2011, no Planeta Terra, Casablancas conversou bastante com a plateia e usou a brasilidade do baterista Fabrizio Moretti a seu favor.

"É o seu povo, você não vai falar com eles?", incentivou o vocalista. "E aí, minha gente?", respondeu o músico carioca em português. Completamente em casa, Casablancas fingiu até uma cena de ciúmes ao notar que os fãs só gritavam o nome de Moretti. "Eu e Nick não somos brasileiros, mas também temos sentimentos", reclamou.

Em 1h30 de show, a banda fez todo mundo dançar e mostrou o melhor de seus cinco discos. A música "12:51" foi a mais cantada entre as escolhidas de "Room of Fire", de 2003. "Last Nite" e "Hard To Explain", do álbum de estreia, ganharam acompanhamento com palmas e pulos. Se a banda fez alguma coisa de errado, foi deixar "You Only Live Once" de fora.

Mas nem isso foi capaz de desanimar. Orgulhoso, Casablancas foi quem melhor definiu o show: "Estamos festejando e vocês estão amando. Isso aqui é uma aula básica de música de festa".