Uma lenda do soul se cala: Charles Bradley morre aos 68 anos
Um dos principais nomes do soul e do R&B, o cantor americano Charles Bradley morreu neste sábado (23), aos 68 anos, vítima de câncer no estômago.
A morte foi confirmada em um comunicado publicado no Facebook do cantor. "É com um coração pesado que anunciamos a morte de Charles Bradley. Mr. Bradley estava realmente grato por todo o amor que recebeu de seus fãs e esperamos que sua mensagem de amor seja lembrada e propagada. Obrigado por seus pensamentos e orações durante este momento difícil", diz a nota.
Bradley se apresentaria no Palco Sunset deste Rock in Rio com seu grupo His Extraordinaires, mas cancelou a apresentação por causa do agravamento da doença. Ele foi substituído pelos brasileiros Rael e Elza Soares.
O cantor recebeu o diagnóstico de câncer no estômago no final de 2016. Ele chegou a cancelar algumas apresentações, mas voltou à estrada logo em seguida, apresentando ao lado de sua banda as canções de seu mais recente disco, "Changes", lançado em abril do ano passado.
Ex-morador de rua, Charles Bradley foi abandonado ainda bebê pela mãe e chegou a morar nas ruas de Nova York, dormindo em vagões e estações de metrô. Contemporâneo de Al Green, Bill Withers e Bobby Womack, ele foi descoberto por Gabriel Roth, cofundador da Daptone Records, nos anos de 1990, mas só atingiu o sucesso há cinco anos, com o lançamento do álbum "No Time For Dreaming", em 2011.
Um ano depois, em 2012, ele se apresentou pela primeira vez no Brasil, na Virada Cultural de São Paulo. "Tive a chance de conhecer James Brown, Bobby Woomack, todos esses caras. E eles me ensinaram que se você tem alma, cara, se você é um homem, continue fazendo o que você tem de melhor. Nunca deixe de sonhar", declarou o cantor em entrevista ao UOL, quando fez sua segunda passagem pela capital paulista.
A última vez que esteve no Brasil foi em 2015, quando se apresentou no mesmo Sesc Pompeia.
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