Topo

Villa Mix Festival é o Rock in Rio que o sertanejo quer chamar de seu

As irmãs Simone e Simaria - Reprodução/Facebook
As irmãs Simone e Simaria Imagem: Reprodução/Facebook

Rodolfo Vicentini

Do UOL, em São Paulo

06/10/2017 12h58

O sertanejo nunca esteve tão diversificado e o Villa Mix Festival é a prova disso. O evento neste sábado (07) no Estádio do Morumbi une grandes nomes do gênero mais popular do Brasil com atrações eletrônicas. Entre o pop internacional do Fifth Harmony ao arrocha de Simone & Simaria e o popnejo romântico de Matheus & Kauan, fica claro que a “esnobada” do sertanejo no Rock in Rio – o único estilo musical que não esteve presente na edição deste ano – não afetou em nada.

Desde 2011, quando o Villa Mix uniu alguns nomes do sertanejo, o festival vai quebrando barreiras. “A gente começou a adequar a grade para cada região e o festival deixou de ser sertanejo e passou para um festival de música”, analisa Anselmo Tranco, diretor musical do evento, ao UOL.

Enquanto roda o Brasil há cinco anos, o Villa Mix introduziu o forró no Pará, o axé na Bahia e Jads & Jadson em Ribeirão Preto. Tudo para agradar um público que segue cada vez mais diverso. E qual seria o próximo passo? Simples: ficar internacional. “Esse ano a gente quis transformar o Villa Mix em um festival reconhecido internacionalmente”, diz Anselmo.

O tema ‘O Mundo é Mix’ remete exatamente à ideia de fazer do evento algo ainda maior, de trazer atrações internacionais em uma estrutura grandiosa – o palco de Goiânia bateu o próprio recorde mundial em proporção – e com um público diversificado. Já vimos essa história antes.

“Essa comparação com o Rock in Rio é legal. Temos estruturas até maiores, se formos pensar no palco principal. O Rock in Rio traz um pouco do rock e do pop, e a gente pega a música mais popular no geral, o sertanejo”, completou.

Preconceito com o sertanejo?

O primeiro Rock in Rio, lá em 1985, colocou todo mundo no mesmo caldeirão. Enquanto um dia Iron Maiden e Queen subiram ao palco, no seguinte foi a vez de Elba Ramalho, Gilberto Gil e James Taylor. A proposta do criador do festival, Roberto Medina, era incrementar ainda mais a programação com artistas de todo o canto do mundo e músicas que conseguissem agradar diferentes pessoas.

Neste ano, novamente as atrações foram direcionadas para alegrar gregos e troianos. Mas o sertanejo foi deixado de lado. Os que defendiam o gênero falaram em preconceito enquanto outros afirmaram que não era a "cara" do Rock in Rio.

"Eu acho um pouco chato essas coisas [do sertanejo não estar escalado para o Rock in Rio]. O Jorge & Mateus nem é mais aquele sertanejo [de quando começaram]. Claro que tem o sertanejo lá, mas parece mais um Jota Quest, um Coldplay hoje em dia. Bem pop mesmo, mesclado com outro gênero”, afirma Marlus Marcelus, produtor geral do Villa Mix.

"Não sei se diria de preconceito, mas como o festival já tem o nome de rock, ele também tem conceitos específicos. Confesso que seria uma surpresa ver algum artista sertanejo no Rock in Rio. Porque talvez não combinaria, tanto pelas músicas quanto pelo público", opina Anselmo.

"Existe até esse medo também [de incluir artistas em grades musicais que não combinam, como o fatídico caso de Carlinhos Brown levando garrafadas na noite do metal em 2001], a não ser que tivesse uma noite especial, popular, aí teria que criar algo para justificar isso", acrescenta o diretor musical.

Todas as apresentações do Villa Mix Festival deste sábado (07), em São Paulo, terão transmissão ao vivo no UOL.

Serviço:

Villa Mix Festival:

Quando: 7 de outubro (sábado)
Local: Estádio do Morumbi (Praça Roberto Gomes Pedrosa, 1 - Morumbi, São Paulo)
Horário: a partir das 11h30
Ingressos: R$ 145 a R$ 850
Atrações: Jorge & Mateus, Fifth Harmony, Simone & Simaria, Alok, Matheus & Kauan, Aviões, Alex Aiono, Zeeba, Rudy Mancuso e Jetlag.
Classificação Indicativa: Menores de 12 anos não entram. De 12 a 15 anos entrada permitida com pais ou responsável legal.