"Famosinho" pode, "famosão", não? Afinal, qual é o critério do "The Voice"?
A aparição de Vinicius D´Black no “The Voice” da última quinta (19) abriu espaço para questão levantada com frequência sobre as regras do programa. Afinal, qual é o critério de uma atração que costuma nivelar candidatos que jamais pisaram em um palco com cantores já tarimbados, mesmo sem ter grande espaço na mídia? Estaria o reality sendo injusto com a maioria formada por cantores inexperientes?
Cantores conhecidos deveriam participar do "The Voice Brasil"?
Resultado parcial
Total de 13640 votosO currículo de D´Black: aos 32 anos, o carioca tem um CD lançado em 2005 e um grande sucesso, "Sem Ar", que emplacou no país três anos depois e chegou a ganhar versões de Luan Santana, Gusttavo Lima e Belo. No programa, após ser reconhecido pelo técnico Michel Teló, ele usou o argumento de que queria iniciar uma nova fase, agora com alcunha de Vinicius D´Black, não mais D´Black. Os internautas estranharam.
No regulamento disponível no site da emissora, o “The Voice” pouco esclarece sobre seu critério de seleção.
“A Globo poderá utilizar qualquer método na seleção de Participantes para o Programa, a seu exclusivo critério, não estando a mesma limitada aos métodos e procedimentos de inscrição aqui descritos, sem que seja devido qualquer tipo de explicação ou indenização, com o que o Participante desde já, concorda, isentando a Globo de quaisquer reclamações.”
O texto, que proíbe o candidato de ter vínculos com emissoras e mídias concorrentes, define ainda que os participantes pré-selecionados são “avaliados por uma banca de jurados composta por membros da Globo, selecionados a seu exclusivo critério” e que “as decisões desta banca julgadora são soberanas e irrecorríveis.”
Procurada pelo UOL, assessoria de imprensa do "The Voice" não respondeu às perguntas sobre o critério de seleção do reality até a publicação deste texto.
Sem "famosões"
Na prática, a seleção para a primeira fase do "The Voice", a de audições às cegas televisionadas, funciona da seguinte maneira: são permitidos apenas nomes desconhecidos do público ou, no máximo, “famosinhos” —um parâmetro relativo que pode abarcar desde youtubers, artistas de sucesso regional e mesmo cantores que já chegaram a tocar em rádio. “Famosões” de carreira estável ficam de fora.
O formato é o mesmo usado em outros países, que também abrem portas a cantores profissionais. Exemplos recentes: Del Feliz, Maurílio de Oliveira, Ayrton Montarroyos e Paulynha Arrais, que chegaram à versão brasileira com currículo invejável, de parcerias respeitáveis com Dominguinhos e Maria Bethânia e indicação a Grammy Latino. É uma forma de aparecer para uma grande plateia, em rede nacional, pela primeira vez.
Atualmente em sua sexta temporada, o programa da TV Globo tem como proposta revelar grandes vozes brasileiras, oferecendo ao vencedor premiação em dinheiro e agenciamento da carreira. É a mesma fórmula consagrada internacionalmente a partir do “The Voice of Holland”, lançado em 2011 e que já chegou a mais de 60 países.
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