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Após atraso, Emicida agradece ao público por "fazer o rap nacional" na Virada e critica Lobão

Tiago Dias

Do UOL, em São Paulo

18/05/2013 23h15

Após quase meia hora de atraso, o show do rapper Emicida na Virada Cultural neste sábado (18), no palco Rio Branco - A Rua é Show, foi permeado por muitos agradecimentos ao público pela dedicação ao rap nacional. A apresentação foi marcada também por momentos políticos, em que Emicida relembrou a greve dos professores de São Paulo e a reintegração do terreno conhecido como Pinheirinho, e momentos em que criticou o cantor Lobão, sem citar o nome do roqueiro que se apresentou horas antes no Palco São João.

O rapper subiu ao palco por volta das 23h, apresentado pelo rapper Thaíde e abriu o show com a música "E.m.i.c.i.d.a (Adoro)". Emicida se apresentou com uma banda completa e um DJ.

Com o rapper Rael da Rima ao seu lado, ele lembrou que chegou a ficar na grade para ver MV Bill em um festival em São Paulo. "Eu já estive aí. Obrigado a vocês que fazem o rap nacional".

Emicida lembrou quando alguns jornalistas ligaram para ele "para comentar sobre um cara do rock que falou umas groselhas", disse, referindo-se ao cantor Lobão. "Acho triste esse tipo de coisa, falar para vender livro. Que pena que ele não conhece isso aqui", e apontou para o público. "Essa música vai para ele", afirmou, e em seguida entoou "Zoião". Horas antes, Lobão havia feito uma apresentação sem polêmicas no Palco São João.

"A gente quer o rap na rua, no centro, no norte, em qualquer lugar", afirmou o cantor. "Mas está rolando greve dos professores, e nem tudo é festa. Se você tem filho ou ainda vai ter, precisa brigar por isso", disse ele, antes de pedir ao público para levantar o dedo do meio na canção "Dedo na Ferida", escrita após a tumultuada reintegração de posse dos territórios conhecidos como Pinheirinho, em São José dos Campos. "Zica, Vai Lá", do álbum "Doozicabraba e a Revolução Silenciosa", veio logo na sequência.

A avenida Rio Branco já estava bastante lotada antes do início da apresentação, com muitos fãs à espera do cantor. O trânsito estava complicado com metade da pista aberta para os carros passarem. Enquanto o show não começava, dançarinos de break se apresentavam no fosso da imprensa.

Emicida dedicou o show ao amigo MC Luizinho, que segundo o rapper está no hospital. O cantor ficou impressionado com o tamanho do público: "Isso é um sonho. Essa noite é nossa. Faz barulho para o rap nacional!". Fãs adolescentes de Emicida choravam na grade.

Além de Rael, Emicida chamou também ao palco o cantor Leandro Lehart, que havia se apresentado alguns minutos antes na Praça da República. Lehart propôs uma "mistura" e tocou "Um Pouco de Amor" no cavaquinho, acompanhado por Emicida cantando rap. Os dois cantaram, em seguida, "Agamamou", hit do Art Popular.

O rapper encerrou o show pedindo punhos cerrados na música "Triunfo". "Hoje já teve Nelson Triunfo e Pepeu aqui. Essa noite é um triunfo para nós", disse.