Integrantes da Pussy Riot são enviadas a prisões longe de Moscou

Nastassia Astrasheuskaya

Duas integrantes da banda punk russa Pussy Riot condenadas por protestar contra o presidente Vladimir Putin em uma catedral foram enviadas para prisões longe de Moscou, apesar do pedido para cumprir a pena na capital, informou um advogado nesta segunda-feira (22).

Maria Alyokhina, 24, e Nadezhda Tolokonnikova, 22, foram condenadas por "vandalismo motivado por ódio religioso" em agosto e sentenciadas a 2 anos de prisão, uma pena que muitos no Ocidente disseram ter sido muito dura.

A performance delas --invadindo a principal Catedral Ortodoxa Russa de Moscou para exortar a Virgem Maria a livrar a Rússia de Putin-- enfureceu a igreja e muitos russos. Mas críticos do Kremlin disseram que seu julgamento era parte de uma repressão aos dissidentes orquestrada por Putin, que iniciou um mandato presidencial de seis anos em maio. As duas apelaram, mas perderam em 10 de outubro.

Os advogados disseram ter tentado argumentar que elas deveriam ser autorizadas a permanecer na prisão em Moscou, afirmando que isso lhes permitiria ficar mais perto de seus filhos pequenos. Eles também tinham citado preocupações de saúde e segurança em prisões distantes.

"Elas foram mandadas para longe", disse um de seus advogados, Mark Feigin, à Reuters, acrescentando que ele não sabia para onde elas tinham sido enviadas. Por lei, os parentes devem ser informados quando um condenado chega a uma prisão, mas a viagem pode demorar dias.

Há uma prisão feminina a cerca de 100 quilômetros de Moscou, mas a maioria é muito mais longe.

Antigos colaboradores em um grupo de arte de rua disseram no Twitter que Tolokonnikova tinha sido enviada para Mordvia, cerca de 500 quilômetros a leste de Moscou, e Alyokhina para a região de Perm, perto dos Montes Urais, a cerca de 1.100 quilômetros a leste da capital. Isso não foi confirmado.

Governos ocidentais e músicos como Madonna haviam dito que as penas eram desproporcionais, mas Putin expressou seu apoio às sentenças, dizendo que o Estado deve proteger os sentimentos dos fieis.

A Igreja Ortodoxa Russa descreveu o protesto delas como parte de um ataque coordenado contra a igreja e tradições russas.

Uma terceira integrante condenada da Pussy Riot, Yekaterina Samutsevich, foi liberada após recurso, quando um tribunal suspendeu a sentença depois que seu advogado argumentou que ela havia sido tirada do altar da catedral antes do início da canção de protesto.

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