Michael Jackson 1958-2009
06/05/2007 - 13h31 The Crystal Method, Laurent Garnier e Marky são destaques da segunda noite do Skol Beats Da Redação A segunda noite do Skol Beats, ontem, reuniu em São Paulo cerca de 25 mil pessoas, segundo a organização do festival. Esta é a primeira vez que o evento acontece em dois dias e contabilizou, no total, 39,6 mil pessoas. No ano passado, o público foi de 60 mil. Sem baixas, como na noite de sexta, o line-up foi cumprido à risca e satisfez os fãs de tecno e drum'n'bass, principalmente. Para quem gosta desses estilos, não era necessário sair das suas tendas _The End e DJ Marky & Friends, respectivamente. Porém, quem resolveu dar uma volta até o palco de apresentações ao vivo pôde conferir ótimas performances. A começar pelo divertido show de disco, funk, hip hop dos Cuban Brothers, quarteto performático formado por um DJ e três cantores-dançarinos-palhaços. No fim da apresentação, um deles abaixa a calça e mostra a bunda. Depois de ter a calça arrancada pelos outros dois, rasga a camiseta e desfila com um tapa-sexo fio-dental para cantar "All Night Long", de Lionel Richie, e colocar o público para pular. Atraíram muitos curiosos e câmeras de celulares. E provocaram muitas risadas. Do escracho para o escracho, o quarteto deu lugar para o Bonde do Rolê, que canta letras engraçadas sobre base de funk carioca, capitaneados pela MC Marina. O público, ainda disperso e que não lotava a área do Live Stage, entendeu, gostou e acompanhou. Enquanto isso, na tenda The End, a dupla M.A.N.D.Y. encerrava um set que conquistou a pista que estava começando a encher. O duo alemão passeou por house, electrohouse e tecno, fazendo um som gostoso, daqueles de dançar de olhos fechados. O bastão foi passado para Renato Cohen, que começou como quem não quer nada e em poucos minutos já tinha ganhado pista. Muitas mãos para cima, gritos e pulos acompanhavam a maestria de Cohen em casar repetição, suspense e rebolado como ninguém. A tenda chegou a esvaziar um pouco devido à entrada triunfal de DJ Marky na pista que leva seu nome. Depois de incentivar o bis de D-Bridge, que saiu ovacionado da cabine, Marky começou seu set com a balada roqueira "Open Your Eyes", de Snow Patrol. Depois soltou sua bomba de baixo e bateria, fazendo o público vir abaixo. Apesar de a tenda não estar abarrotada, como ficou em Skol Beats anteriores, Marky confirmou seu favoritismo e fez aquilo que seus fãs esperavam. De volta ao palco, era nesse momento que o Addictive TV repetia o sucesso da noite anterior com sua perfeita sincronia entre som e imagem e samplers de Rolling Stones e The Doors. Na The End, Renato Cohen tratava de encher sua pista novamente e, para não perder tempo, faltando poucos minutos para entregar as pick-ups para o francês Laurent Garnier, Cohen soltou a sua eterna carta na manga, o hit tecno-pancada "Pontapé". Deu certo. Satisfeito, Cohen passou a bola. Garnier gostou da linha e seguiu por um tempo na onda do tecno pesado, foi diminuindo o ritmo e armou uma atmosfera bem envolvente, com momentos quase hipnóticos. Deu uma mostra do seu drum'n'bass e terminou de maneira bem intensa. Foi um set clássico, fino, sem apelativos. O que pode ter sido frustrante para aqueles que esperavam a diversidade de estilos que o DJ mostra muitas vezes. Por volta das 3h da manhã, com um atraso de meia hora, o Live Stage recebeu o duo americano The Crystal Method. O público compareceu em peso e foi o auge do espaço. Advinda dos anos 90, a dupla tem uma legião de fãs por aqui e não os decepcionou, com uma apresentação vigorosa, diversificada e muito divertida. Para alguns, esta foi a melhor atração do festival. De volta o tecno, Laurent Garnier passou a bola para o mineiro Anderson Noise, que manteve o pique da tenda, que a essa hora já tinha gente transbordando. E, para finalizar, a rainha do electro Miss Kittin, que pegou o equipamento de som com problemas e começou a tocar baixo e sem grave. Quando teve um pau com o CDJ, reclamou no microfone, dando satisfação para a pista. Mexeram no som, as coisas melhoraram e ela e sua voz fina ao microfone seguraram a pista animada até o final. Um dos sets mais esperados dessa edição do Skol Beats foi Marky recebendo Laurent Garnier para tocar drum'n'bass. Os dois mostraram que se dão muito bem juntos e têm química, mas tocaram para uma pista, embora animada, esvaziada pelo cansaço da maratona d'n'b, que teve ainda Andy, Fabio e Grooverider e outros ases do estilo. Com as tendas finalizadas e o dia claro, o público se reuniu para encerrar a festa no Live Stage ao som de Mau Mau e Murphy. Ambos fizeram bons sets, mas o final não foi apoteótico, como já aconteceu antes no festival. O balanço é que a mudança para dois dias deu certo. Nenhuma pista chegou a ficar intransitável de entupida, não houve filas absurdas e nem faltou cerveja gelada. Não teve ocorrência de grandes transtornos para a entrada. Tudo isso dá ao público uma tranqüilidade para curtir a música e o clima. No novo local, o Skol Beats volta a ter cara de festival, e não de mega-show. Entre os inconvenientes, vale registrar a já conhecida "chuva de suor" que cai do teto das tendas e os carrinhos de sorvete no meio da pista. Ninguém merece ter que desviar de um guarda-sol para conseguir enxergar a cabine. (BRUNA MONTEIRO DE BARROS)
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