Michael Jackson 1958-2009
28/10/2006 - 03h11 Herbie Hancock é estrela do primeiro dia de Tim em São Paulo da Redação
Uma das atrações mais aguardadas desta edição do Tim Festival --os ingressos para a noite de sua apresentação foram os primeiros a se esgotar no Rio e em São Paulo--, Herbie Hancock empolgou a platéia paulistana do Auditório Ibirapuera, de cerca de 800 pessoas, com um show de quase duas horas. A noite teve antes a apresentação do italiano Stefano Bollani e do legendário pianista Ahmad Jamal. Hancock, um dos pricipais nomes do jazz moderno, apresentou composições de várias fases de sua carreira. O músico foi aplaudido de pé pela platéia ao entrar no palco e abriu o show com "Sonrisa", música com toques latinos, da década de 80; prosseguiu com "Actual Proof", dos anos 70; dos anos 60 tocou "Maiden Voyage", "Dolphin Dance" (numa versão quase irreconhecível) e seu maior sucesso "Cantaloupe Island". E a platéia estava lá realmente para ver Hancock. A cada solo, o tecladista, que se revezou entre o pino e um sampler Korg, era aplaudido freneticamente. No bis, o quarteto apresentou "Chameleon", que muitas pessoas, já de pé, dançaram nos corredores do auditório, e "One Finger Snap". A show acabou aproximadamente às 2h da madrugada. Hancock se apresenta neste sábado (28) em Vitória e no domingo no Rio. AHMAD JAMAL Hancock pode ter sido o artista responsável por atrair a maior parte do público da noite, mas o show mais surpreendente ficou por conta do veterano Ahmad Jamal, 76. Hancock aliás, ao começar seu show, logo após o de Jamal, reverenciou o pianista: "Vocês acabaram de ouvir Ahmad Jamal, não é? Ele é uma influência para mim". Jamal e seu trio subiram ao palco por volta das 22h30 e apresentaram durante cerca de uma hora um espetáculo vigoroso, de uma musicalidade visceral e intrigante. Foi impossível ouvir a música sem se mexer na cadeira. Inquieto, o próprio Jamal durante o show também não parou sentado. Virou-se para os músicos, de costas para a platéia, levantou-se e andou pelo palco no meio das músicas, durante o solo dos outros instrumentistas. Ídolo de figurões do jazz como Miles Davis e comparado a Duke Ellington, Count Basie e Art Tatum, Jamal consegue fazer um som grandioso e denso mesmo com a formação econômica de um trio. Jamal se apresenta neste domingo (29) no Rio, com Bollani e Hancock. STEFANO BOLLANI Coube ao pianista Stefano Bollani a tarefa de abrir a noite. O músico e seu quinteto fazem uma música fragmentária e performática, e, em alguns momentos, interagem em pequenos esquetes. Um dos melhores momentos do show ficou por conta de "Quando la Morte Verrà a Prendermi", uma pequena pantomima musical que conta a história de um homem que muda de nome para enganar a morte. O italiano terminou o espetáculo com uma versão quase fanfarrona de "Trem das Onze", de Adoniran Barbosa, cantada num português macarrônico. "Essa música fez muito sucesso na itália, nos anos 60, com o título 'Figlio Unico' ('filho único' em italiano). Muitos italianos acham até que essa música é italiana", contou o pianista a UOL Música depois do concerto. Bollani toca neste domingo (29) no Rio, com Jamal e Hancock.
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