Mistério paira sobre morte de Michael Jackson; família prepara funeral
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AP
Michael Jackson no show beneficente "Michael Jackson & friends: What More Can I Give", em Munique (27/06/1999)
Los Angeles (AFP) - A família de Michael Jackson preparava neste domingo (28) o funeral do Rei do Pop, cuja morte segue sendo um mistério, já que a polícia não encontrou nenhum indício flagrante de uma eventual responsabilidade do médico do astro. Segundo a imprensa local, o clã Jackson devia se encontrar neste domingo com o pastor negro Al Sharpton, defensor dos direitos cívicos, para conversar sobre o enterro do ídolo, morto quinta-feira (25) em Los Angeles, aos 50 anos.
De acordo com o reverendo, entrevistado por vários meios de comunicação, a família pretende organizar diversas cerimônias simultâneas em todo o mundo. Al Sharpton destacou que os parentes de Michael Jackson não estão nada satisfeitos com a cobertura da morte do Rei do Pop. Na opinião deles, a imprensa insiste demais nos aspectos mais polêmicos de sua personalidade, como as acusações de pedofilia ou sua dependência química.
No sábado (27), a família Jackson se disse "devastada" pela morte de seu "querido filho, irmão e pai". "Eles querem que seu irmão seja tratado corretamente", declarou o reverendo Sharpton ao "New York Daily News". "Eles me disseram: 'você tem que defender Michael'", acrescentou.
O mistério paira sobre as causas exatas da morte do ídolo. De acordo com o "Los Angeles Times", que citou fontes envolvidas na investigação, a segunda conversa entre a polícia e o médico da estrela, Conrad Murray, que seria a última pessoa a ter visto Michael Jackson vivo, não permitiu estabelecer nenhuma "prova flagrante" de sua eventual responsabilidade na morte do cantor.
Segundo diversos testemunhos, Murray teria aplicado ao astro uma injeção de Demerol, um poderoso analgésico, pouco antes de sua morte, na quinta-feira. O cardiologista "esclareceu algumas incoerências" referentes à morte de Jackson, afirmou a porta-voz do médico, Miranda Sevcik, em comunicado publicado na noite de sábado. "Os investigadores disseram que ele não é de forma alguma considerado como um suspeito, mas apenas como uma testemunha desta tragédia", ressaltou.
A segunda autópsia, pedida sexta-feira pela família, foi realizada sábado, mas os resultados ainda não são conhecidos, segundo o Los Angeles Times. Os resultados preliminares da primeira necropsia, efetuada sexta-feira, permitiram descartar um ato criminoso. Porém, o instituto médico-legal destacou que as conclusões definitivas, sobretudo as análises toxicológicas, só serão conhecidas dentro de "quatro a seis semanas".
A ex-babá dos filhos de Michael Jackson, Grace Rwaramba, afirmou à imprensa britânica ter feito diversas vezes uma lavagem estomacal ao cantor, para livrar seu organismo dos coquetéis de analgésicos que tomava.
Neste domingo, David Axelroad, principal conselheiro de Barack Obama, declarou à rede NBC que o presidente americano preferiu escrever diretamente à família de Michael Jackson para expressar suas condolências do que fazer uma declaração pública. "O presidente escreveu e compartilhou seus sentimentos com a família, por considerar que era a melhor maneira de agir", explicou Axelroad, respondendo aos questionamentos sobre a ausência de declarações públicas de Obama sobre o falecimento do artista.
As homenagens continuaram neste domingo em todo o mundo. Em Paris, entre 1.000 e 2.000 pessoas se reuniram debaixo da Torre Eiffel para dançar o "moonwalk", e em Hollywood, na Calçada da Fama, muitos fãs desfilaram novamente diante da estrela de Jackson para prestar uma última homenagem a seu ídolo.
Segundo o "Los Angeles Times", Michael Jackson tinha feito na noite de quarta-feira em Los Angeles um ensaio geral dos shows em Londres que deviam marcar sua grande volta aos palcos, em julho. De acordo com testemunhas, ele estava bem, apesar de um problema passageiro de laringite.