Ouvir Mozart não aumenta a inteligência, diz estudo
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AFP
Estátua de Wolfgang Amadeus Mozart em Salzburgo, Áustria
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A música de Mozart, por mais que seja ouvida, não aumenta a inteligência, contradizendo ideia generalizada divulgada em 1993, segundo uma pesquisa de cientistas austríacos publicada nesta segunda-feira.
Uma equipe da faculdade de Psicologia de Viena compilou os resultados dos estudos sobre o "efeito Mozart" desde 1993 e não encontrou uma prova significativa sobre a existência desse fenômeno, precisa a universidade em comunicado.
Há 17 anos, pequisadores da Universidade da Califórnia anunciaram que um grupo de adolescentes havia conseguido melhores resultados em testes de raciocínio, depois de terem ouvido a 'Sonata para dois pianos em ré maior' escrita por Wolfgang Mozart em 1781 - em relação aos que ouviram outros temas ou, simplesmente, foram mantidos em ambiente silencioso.
Nos cerca de 3.000 casos compilados em mais de 40 estudos realizados em diferentes países, a equipe da Universidade de Viena não encontrou nenhuma prova da existência do "efeito Mozart".
"Os que ouviram música, seja Mozart, Bach ou Pearl Jam, tiveram melhores resultados que os do grupo em silêncio. Mas já era sabido que uma pessoa rende mais se tiver um estímulo", explicou à AFP Jakob Pietschnig, diretor do estudo vienense.
Além disso, o trabalho de 1993 só foi realizado com 36 estudantes, recordou Pietschnig.
"Recomendo a todo o mundo ouvir Mozart, mas isso não vai aumentar as capacidades cognitivas, como alguns esperam", resumiu.
O "efeito Mozart" figura em sexto lugar na lista de legendas reunidas pelo psicólogo americano Scott E. Lilienfeld em seu livro "50 grandes mitos da psicologia popular".