Paris se rende a "Magdalena", opereta do compositor Villa-Lobos

Paris - O teatro Châtelet de Paris apresenta até sábado (22) a opereta "Magdalena", uma aventura musical que o compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959) ofereceu à Broadway, junto com os libretistas Forrest e Wright, utilizando a história, as cores e os ritmos da América do Sul.

Villa-Lobos viveu nos anos 1920 em Paris, e depois da guerra voltou por diversas vezes, mas o 50º aniversário de sua morte foi comemorado discretamente no último outono (boreal).

O teatro de Châtelet compensa a injustiça com a versão francesa de "Magdalena", um acontecimento histórico, se for considerado que a obra continua sendo uma raridade em escala mundial, com apenas uma produção em Manaus e outra na Austrália.

Este "musical" atípico não conheceu nos Estados Unidos o grande sucesso do gênero. Estreando em 1948 em Los Angeles, e depois em São Francisco em uma produção de Jules Dassin, a opereta viu-se afetada por uma greve de músicos em Nova York, onde saiu de cartaz após 70 apresentações.

A natureza exuberante, os conflitos de religião, a dignidade dos povos ameríndios e a luta contra a opressão não deixavam indiferente o compositor brasileiro.

Estes temas são tratados aqui de maneira tragicômica: a piedosa Maria e o rebelde Pedro poderão viver seu grande amor após o atentado e a morte do proprietário das minas de esmeraldas, um general morto por sua amante (uma cozinheira francesa) após comer demais.

A ação se desenrola entre Paris e a Amazônia, evocada por uma selva de luzes da jovem diretora americana Kate Whoriskey.

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