Milhares de pessoas assistem a funeral de Cesária Évora


Milhares de anônimos se uniram a personalidades cabo-verdianas para assistir nesta terça-feira (20), em Mindelo, na ilha de San Vicente, ao funeral da cantora Cesária Évora.

"Ela cantou e fascinou em todos os continentes em mais de duas décadas de carreira; ela iluminou o mundo", declarou o presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, ao homenagear a "diva descalça", que faleceu no sábado aos 70 anos.

  • A cantora cabo-verdiana Cesaria Evora em show em Paris, em 2004

Ao lado do presidente estavam o premier, José Maria Neves, o titular da Cultura, Mario Lucio Sousa, também cantor e amigo de Cesária Évora, além de muitas personalidades políticas e do mundo cultural. Entre as personalidades estrangeiras estavam o secretário de Estado de Cultura de Portugal, Francisco José Viegas.

"Cesária não é uma heroína. 'Cize' (como era chamada em seu país) é todos nós. Cesária é Cabo Verde" e por isso, com ela, "todos morremos um pouco", acrescentou o chefe de Estado.

Para Mario Lucio Sousa, "com Cesária, o mundo descobriu a nossa alma" e graças a ela "somos o único povo que conquistou o mundo descalço", disse. "Cabo Verde ficou mais rico com sua herança". 

Pela manhã, o corpo da cantora falecida em sua terra natal, na ilha de San Vincente (nordeste do arquipélago), havia sido levado do hospital onde deu entrada na véspera de morrer para a casa da família, em Mindelo.

Nas ruas, milhares de pessoas emocionadas e com os olhos marejados aplaudiam e cantavam suas músicas, reunidas para ver passar o cortejo fúnebre, acompanhado de 30 guardas de honra do exército cabo-verdiano.

Em seguida, em meio ao mesmo fervor popular, o corpo foi levado para a Casa do Povo (prefeitura), onde admiradores deram seu último adeus à diva.

O caixão foi, então, levado para a igreja de Nossa Senhora da Luz para a cerimônia fúnebre celebrada pelo bispo da diocese de Mindelo, monsenhor Ildo Strong, antes do enterro, no cemitério da cidade. No sábado, o governo cabo-verdiano decretou luto de dois dias pela morte da cantora.

Cesária Évora, que tinha se submetido a várias cirurgias, estava debilitada há meses, o que a forçou a cancelar suas apresentações em setembro. 

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