Samba carioca vira patrimônio cultural do Brasil

Rio - O samba carioca tornou-se hoje Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, sob registro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Sambistas da velha guarda, como Nelson Sargento e Monarco, comemoraram e lembraram dos tempos que o sambista era perseguido e tachado de malandro. "O samba é finalmente cidadão brasileiro com todas as letras", alegrou-se Sargento. A votação aconteceu hoje no Rio e a aprovação foi por unanimidade.

O presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, lembrou que a conquista servirá para salvaguardar essa forma de expressão, que foi dividida em três matrizes - o samba de terreiro, o partido-alto e o samba-enredo. "Alguns ingredientes do samba estão desaparecendo, como a cuíca. Outros, precisam ser documentados, como o partido-alto. Tornando-se patrimônio cultural, o samba poderá ter políticas públicas voltadas para ele, em cima de pontos específicos", explicou Almeida.

O Iphan tem outros 11 Patrimônios Culturais Imateriais, entre os quais o samba de roda do Recôncavo Baiano, o Círio de Nazaré, no Pará, o jongo do Sudeste, o Tambor de Crioula do Maranhão, o Frevo pernambucano e o Ofício das Baianas de Acarajé. Os patrimônios imateriais são aqueles que denotam a forma de pensar e ver o mundo, as cerimônias, danças, artesanatos.

A iniciativa de dar reconhecimento ao samba partiu de um pedido do Centro Cultural Cartola, com apoio da Associação das Escolas de Samba e da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa).

Talita Figueiredo

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