Stevie Wonder e Bryan Adams mostram lado romântico do Rock in Rio Lisboa

Óscar Tomasi

Em Lisboa

  • Manuel de Almeida/EFE

    Norte-americano Stevie Wonder canta no Rock in Rio Lisboa (2/6/12)

    Norte-americano Stevie Wonder canta no Rock in Rio Lisboa (2/6/12)

O Rock in Rio Lisboa viveu neste sábado (2) seu dia mais romântico com os shows de Stevie Wonder e Bryan Adams, numa contínua chuva de sucessos durante a qual ambos os artistas demonstraram que ainda estão em boa forma no palco.

O quarto dia do festival trouxe dois veteranos (62 anos de Stevie Wonder e 52 anos de Adams) com uma longa carreira, autores de algumas das baladas mais populares do mundo, o que lhes permite fazer espetáculos como os de hoje, sem músicas novas mas igualmente apreciados pelo público.

Prova disso foi a mistura de gerações entre a plateia - mais de 70 mil pessoas, segundo informou a organização -, onde se reuniram desde adolescentes até pessoas de média idade, muitos deles inclusive com seus filhos.

A noite se prolongou até as três da madrugada (horário local de domingo), depois de shows de mais de duas horas de duração de ambos os artistas.

Com seus míticos óculos escuros e um sorriso deslumbrante o americano Stevie Wonder subiu ao palco, onde esbanjou voz e energia, além de dar um recital no piano e na gaita.

Considerado praticamente um mito vivo e um dos artistas negros mais importantes da história - Elton John diz que ele é o melhor cantor de "R&B" junto com Ray Charles na história -, Stevie Wonder interagiu constantemente com o público, pedindo incansavelmente para cantar e desfrutar de suas canções.

Suas músicas, uma mistura de ritmos africanos, reggae e soul, foram acompanhados por trompete, bongôs, piano, guitarra, gaita e sintetizador, entre outros instrumentos.

Cego de nascimento - após um parto prematuro e acabar recebendo oxigênio demais na incubadora, segundo explicou ele mesmo em dezenas de ocasiões -, isso não lhe impede de se movimentar com alguma ajuda pelo palco ou inclusive tocar um piano "portátil" deitado no solo, como fez logo depois de começar seu espetáculo.


O americano voltou a brilhar, como já fez no Rock in Rio no Brasil, em 2011, no qual se coroou como um dos artistas mais destacados de todo o festival.

Temas como "The way you make me feel", "Love it", "I just called to say I love you", "Superstition" e "Overjoyed" foram sendo interpretadas em sequência e em várias ocasiões quase misturadas.

A chuva quase chegou forte e esteve a ponto de desabar com intensidade, inclusive durante vários minutos caíram gotas ameaçadoras, mas finalmente nada evitou que Stevie Wonder completasse seu show, na qual interpelou o público para defender que é possível "mudar o mundo e fazê-lo melhor".

Antes dele, o canadense Bryan Adams tinha feito o público vibrar ao comando de seus violões e guitarras, com um repertório baseado na maioria de seus grandes hits, quase todos dos anos 80 e 90.

"Back to you", "Heaven", "Cloud number 9" e "Here I am", foram alguns exemplos dos sucessos do cantor canadense.

Seus frequentes solos na guitarra, várias corridas de lado a lado do palco, e sua inconfundível voz, refletiram seu lado mais roqueiro, que intercalava com algumas de suas baladas mais íntimas.

O ponto alto do show foi quando Adams decidiu chamar uma pessoa do público para que cantasse a seu lado "When you're gone".

Coincidência ou não - ele próprio nada disse sobre se foi premeditado -, a escolhida foi Vanessa Silva, uma cantora e atriz portuguesa conhecida por ter participado de vários programas de televisão e musicais portugueses e com a qual formou um dueto que agradou o público.

O palco principal do festival, situado em um vale no parque de Bela Vista, acolheu assim uma noite inesquecível com dois dos "grandes" nomes da música mundial, à espera do quinto e último dia, quando "The Boss", Bruce Springsteen, encerra esta edição do Rock in Rio Lisboa.

 

UOL Cursos Online

Todos os cursos