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Com peso, músicas novas e hits, Queens of the Stone hipnotiza público em SP

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

26/09/2014 03h32

Em sua quarta passagem pelo Brasil, a primeira fora do line-up de festivais, o Queens of the Stone Age entregou um show energético, transbordado de riffs e, principalmente, barulhento nesta quinta-feita (25), no Espaço das Américas, em São Paulo.

Liderada pelo vocalista e guitarrista Josh Homme , a banda subiu ao palco às 22h13 já emendando a pesada “You Think I Ain't Worth a Dollar, but I Feel Like a Millionaire", de “Songs for the Deaf” (2002) --álbum que, além de trazer a bateria de Dave Grohl, deu visibilidade ao “stoner rock” praticado pela banda.

O “rock chapado”, delineado pelo peso dos anos 70, riffs de guitarra econômicos e bateria minimalista, deu o tom de toda a noite. Uma celebração ao rock mais básico, sem firulas nem entediantes momentos de solos individuais dos músicos.

“É muito bom terminarmos aqui, onde começamos”, disse Homme em sua primeira interação com a plateia, referindo-se ao show do festival Lollapalooza 2013, que deu início a turnê do álbum mundial do álbum “...Like Clockwork”.

Com ar junkie-Casanova-de-camisa-social, o músico conduziu quase duas horas de paulada atrás de paulada, entrecortadas por certo groove psicodélico. Foram 21 faixas, com todos os seis discos de estúdio sendo representados.

Coube a “Songs for the Deaf”, no entanto, o papel de coringa, com a execução das intensas –e sempre aclamadas— "No One Knows" (que ganhou corinho simulando o riff), "Go with the Flow",  “Do It Again” e “A Song for the Dead”, que fechou a apresentação.

Como de praxe na turnê, “...Like Clockwork” teve amplo espaço no setlist, após ser praticamente ignorado na última passagem do Queens pelo Brasil. Embora sem a histeria rocker das músicas dos primeiros três disco, as novas "I Sat by the Ocean" , "The Vampyre of Time and Memory", If I Had a Tail" e "My God Is the Sun" passaram no teste ao vivo no Brasil. Lançado em 2013, o novo álbum chegou a ser descrito pela crítica como o melhor do grupo em 11 anos.

Entre os cerca de 8 mil fãs presentes era possível atestar um fenômeno típico dos shows do Queens of the Stone Age. Heterogêneos –nem tanto da idade--, seus seguidores conseguem a proeza de unir indies tatuados, grunges de camisa xadrez atada na cintura e até mesmo alguns headbangers. Um brinde à diversidade do som pesado.

Assim como em Porto Alegre, onde toca no próximo sábado (27), a banda esgotou os ingressos em São Paulo. Desde julho, o fã menos dedicado já sabia que teria de recorrer a cambistas, que quase não deram as caras nas cercanias do Espaço das Américas. Uma espécie de sina de uma banda que já parece grande demais para se contentar com shows em locais fechados e de médio porte.