Ex-integrantes do Negritude Jr. deixam mágoa de lado e voltam com novo nome
Treze anos se passaram desde a última vez em que os ex-integrantes do grupo de pagode Negritude Jr. se falaram pela última vez. Após algumas tentativas, apenas agora parte do grupo sela a reconciliação com um novo CD e um novo nome: Família Cohab City.
Para engrossar a onda retrô do pagode romântico dos anos 90, o grupo já tem clipe novo do antigo hit “Cohab City”. A regravação é ligeiramente mais pop, mas Netinho de Paula está lá, sambando com as mãos na cintura como nos velhos tempos, ao lado dos amigos de infância Lino, Fabinho e Wagninho. “Assim que retornamos, as coreografias voltaram naturalmente à cabeça”, confessa Netinho, em entrevista ao UOL. O Chamburcy, que adorava um ‘danone’, só não topou integrar o novo grupo por não estar no Brasil. “Agora ele é professor de inglês, deu um tempo na música”, conta.
Com uma certa mágoa, Netinho não cantava as músicas do antigo grupo há um bom tempo. Vereador por São Paulo, ele aos poucos focou mais energia na política do que na música. Nas duas tentativas de reunir todo o grupo, foi impedido pelos ex-integrantes de usar qualquer nome que fosse derivado de Negritude Jr., que continua na ativa com Nenê, Ari, Claudinho e Feijão.
Se hoje o clima é de festa novamente é porque os músicos precisaram colocar às claras todas as diferenças do passado. “Não foi fácil, tivemos que lavar muita roupa suja, desmistificar muita coisa, tirar do coração muita dor e falácias”, explica Netinho.
O vocalista conta que saiu do Negritude Jr. em 2001 por imposição dos outros integrantes. No centro da fama crescente do grupo, pairava um incômodo pelo fato de o vocalista participar de programas de TV e ser procurado para contratos publicitários.
“A gente não teve maturidade. O que acontecia era natural, não era armado, e não sabíamos lidar com aquilo, aquela coisa de ver seu amigo de infância fazer mais sucesso que você”, relembra Netinho. “Muita gente acha que fui eu que saí, mas a frase que eu ouvia era: ‘não queremos viver à sua sombra, viver com migalhas, e você está muito maior que o grupo’”, conta.
Parte do processo da reconciliação se deu por meio da própria música. “Conseguimos atingir um nível de perdão a ponto de fazer uma música chamada ‘Irmandade’. Tudo que estávamos sentindo está nessa canção.”
Cohab City
Tá vendo aí? Nós deixamos de ser irmãos / E eu me senti na mão / Ninguém iria tomar seu espaço / Nossa amizade de infância, nosso laço / Você podia ter me dado atenção / Me perdoa, Wagninho, meu irmão / Teve momento que eu pensei em te procurar / Mas não sabia como iria me tratar / Vi o seu sucesso bem de longe na televisão / Dia de Princesa, né negão?
A volta dos amigos de Carapicuíba, cidade da Grande São Paulo, acontece em um momento em que outros grupos de sucesso do pagode dos anos 90 voltam à ativa, como Só pra Contrariar e Amigos do Pagode 90, que reúne Chrigor (Exaltasamba), Salgadinho (Katinguelê) e Márcio (Art Popular). Para Netinho, o público sente falta do romantismo daquela década. “O andamento da música está mais rápido, e as expressões, mais objetivas. ‘Eu quero transar com você’. Nos anos 90, era ‘eu sonho em fazer amor com você’. Era a mesma coisa, a mesma intenção, mas o modo era outro”, comenta.
Com regravações de sucessos como “Beijo Geladinho” e “Gente da Gente”, o CD da Família Cohab City traz também versões de Placa Luminosa (“Ego”) e a inédita “Nosso Futuro”, escrita pelo filho de Netinho. A estreia no palco acontecerá em São Paulo, em março, no Audio SP.
O anúncio da volta já tem trazido emoção aos integrantes. “Nada se compara a você voltar ao palco com seus amigos de infâncias, rever os fãs. As meninas do fã-clube daquela época estão aparecendo novamente. E todas já são mães”, observa, rindo.
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