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Perrengue, "magia" e hits da EDM marcam 1º dia do Tomorrowland

Tiago Dias

Do UOL, em Itu

02/05/2015 08h38

Quem sobreviveu ao perrengue de chegar à Fazenda Maeda, em Itu, a 101 km de São Paulo, foi bem recompensado com uma overdose de música eletrônica e muita pirotecnia.

Em sua estreia no Brasil, o festival Tomorrowland surpreendeu com palcos megalomaníacos, uma programação diversificada, fogos de artifício, muito efeito e uma decoração impressionante.
 
Em clima de conto de fadas, o palco principal, book of wisdom (em português: livro da sabedoria),  ainda é o favorito do público. 
 
Reunindo os artistas mais populares da cena eletrônica, o castelo de livros tem jogo de luzes, fontes de água, chuva de papéis picados e solta fumaça e fogo. E olha que o palco de 80 metros de largura é um pouco menor que a versão belga. 
 
Ninguém reclamou na área em formato de arena. O DJ é apenas um detalhe, mas fica mais próximo do público. Tem quem suba em cima da plataforma – um livro deitado –, como fez o Wolfpack, ou quem se apresente fantasiado, como Oliver Heldens, que mostrou seu future house vestido de Tartaruga Ninja em um palco decorado com telões em formato de espelhos.  
 
Embora o espaço para as muitas vertentes da eletrônica esteja garantido, como o disco orgânico do duo Bob Moses, com vocal e guitarra ao vivo, na tenda Paradise, com cogumelos de cenário no palco e no teto, foi o EDM, mais pop e radiofônico, que puxou o maior público. Afrojack, Steve Aoki e Hardwell encerraram a noite no palco principal para um público ensandecido.
 
Com a bandeira do Chile, Connie Baeza curte o festival Tomorrowland - Reinaldo Canato/UOL - Reinaldo Canato/UOL
Com a bandeira do Chile, Connie Baeza curte o festival Tomorrowland
Imagem: Reinaldo Canato/UOL
Hardwell fez a chilena Connie Baeza, 26, aproveitar as férias para vir ao Brasil pela primeira vez. "Sempre quis vir ao festival. Tudo está lindo, tão cheio de energia. Adoro uma festa".
 
"Melhor coisa que eu fiz na vida foi vir aqui", disse Fernando José, 23, de Bauru, São Paulo. Mesmo conhecendo apenas dois DJs dos mais de 150 que est?o na programaç?o, ele disse que estava encantado com o festival. "A magia do lugar é algo impressionante. Estou aqui para conhecer mais", disse.
 
Nem tudo foi conto de fadas. Em alguns bares faltou vodca e o sistema de pagamento com cartões chegou a cair por alguns minutos. Embora a natureza da fazenda se relacione com a decoração – com direito a projeção nas copas das árvores –, algumas passagens são escuras e muita gente caiu ao trombar com obstáculo ou desnível.
 
No Dreamville, o camping oficial, a tomada é artigo raro. Essa foi a principal reclamação do casal pernambucano Milton Oliveira, 19, e Aline Santana, 20. A vinda para o festival também tumultuada. Na desorganização das entradas e das áreas de embarque e desembarque, eles desceram na rodovia e andaram durante duas horas arrastando as malas. "Longe para c******", disse Milton.