Público do Lolla e manifestantes se encontram no transporte público de SP
De um lado, uma turma jovem, de camisa xadrez, óculos escuros e tatuagens. Do outro, pessoas vestidas de verde amarelo, entoando gritos como "Fora PT!" e "Lula cachaceiro, devolve meu dinheiro!".
Com o festival Lollapalooza Brasil 2016 em São Paulo e os protestos contra o governo federal marcados para este domingo (13), essas duas tribos se encontraram nos transportes públicos, indo para destinos contrários.
Em São Paulo, os focos de cruzamento eram a Linha 4-Amarela, na zona oeste da capital, nos dois sentidos, e, principalmente na estação Pinheiros, que faz integração com a Linha 9-Esmeralda da CPTM, principal meio de transporte usado pelo público do festival.
Nas escadas rolantes e corredores da estação era nítido o contraste entre os dois sentidos. Mas, durante a meia hora que a reportagem do UOL permaneceu no local, não houve conflitos nos entroncamentos.
Enquanto os manifestantes sopravam apitos e a corneta vuvuzela, a patota do rock seguia tranquila pela estação, quase sempre ignorando a algazarra. Ainda havia espaço nos trens para alguns torcedores dos times do São Paulo e do Palmeiras, que disputaram o clássico no Pacaembu em jogo marcado para as 11h --estes também discretos.
"Engraçado que, no outro lado [do corredor], só tem gente mais velha passando. Eles gritam, provocam, mas ninguém responde nada", disse a coordenadora de marketing Mariane Pinheiro, que saiu da Paulista em direção ao festival. "Tenho muito conflito em casa. Sou de esquerda, e eles são de direita. Eles sempre participam dos protestos", contou à reportagem.
Já a funcionária pública Luiza Bastos, que ia da zona sul rumo à Paulista, disse que sabia da realização do festival. "Não teve conflito nenhum por onde passou e está tudo bem. Agora, eles bem que podiam ir para o show de verde e amarelo. Não estou vendo ninguém assim. É uma pena", reclamou.
Em meio ao conflito de gerações e ideias, também havia quem não parecia estar nem aí para "isso tudo que está aí". "Eles não deviam ter marcado o protesto e o show para o mesmo dia. Essa é uma questão complicada. Se tirar PT e colocar PSDB não adianta nada. Tem é que ter uma reforma geral para acabar com a corrupção", sugeriu o maquinista da CPTM Raimundo Gonçalves, 41.
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