Topo

Safadão lota show em meio de semana:"Se eu fosse presidente, seria feriado"

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

28/04/2016 04h55

Wesley Safadão não escondeu a surpresa ao constatar que estava cantando para uma casa de shows lotada em plena quarta-feira (27), já entrando na madrugada. Cerca de 8.000 pessoas estavam no Villa Country, tradicional casa sertaneja de São Paulo, para assistir ao seu show. E nesta quinta, quando ele se apresenta mais uma vez, outras 8.000 pessoas são esperadas, já que os ingressos estão esgotados há meses.

"Estou curioso. Quem aí vai trabalhar ou estudar amanhã?", perguntou o cantor à plateia. "Se eu fosse presidente do Brasil, ninguém precisaria trabalhar porque eu decretaria feriado em São Paulo", brincou.

Com uma média de 25 shows por mês em todo o Brasil, as apresentações de Safadão em São Paulo não são novidade. Ele já fez shows na Estância da Serra, no Espaço das Américas e no Centro de Tradições Nordestinas, entre outros. Mas ele, que viu o sucesso explodir após uma parceira com a dupla Marcos & Belutti, nunca havia se apresentado antes no principal reduto do sertanejo universitário da capital

Ali, boa parte do público assistia ao show de Safadão pela primeira vez, algo que o próprio músico comprovou. "Quem aí nunca foi no meu show?", perguntou. A grande maioria das pessoas levantou a mão. "Deixa eu perguntar de novo. Isso tudo nunca me viu?", questionou o cantor. E, novamente, o público levantou a mão.

Um dos novatos no show era o bancário Gabriel Plaza, 31, que comprou o ingresso com três meses de antecedência para ver Safadão pela primeira vez. Para ele, a apresentação na casa consolida no Sudeste o artista que já é sucesso no Norte e Nordeste. "São poucos os cantores brasileiros que têm força para lotar o Villa Country numa quarta-feira e com ingressos esgotados há meses", ponderou.

Mesmo sem nunca terem ido antes ao show de Safadão, a plateia conhecia todas as músicas do artista. Talvez por isso, em praticamente todas as músicas ele não cantou nenhum verso completo. Sempre parava na metade e deixava o público completar.

Show na madrugada

Carismático, Safadão começou o show à 1h e segurou a plateia até depois das 3h, quando encerrou a sua apresentação. Logo no início, cantou "Camarote", um de seus maiores sucessos, acompanhado de uma verdadeira histeria coletiva e berros de "vai, Safadão!".

Além de tocar seus principais hits, como "Aquele 1%" (a parceria com Marcos & Belutti), "Vou Dar Virote", "Muito Gelo e Pouco Whisky" e "Novinha Vai No Chão", Safadão também guardou espaço para filosofar, uma espécie de conselheiro sentimental. "Amor só de mãe. Paixão só de Cristo. E quem quiser me amar, que sofra", disse para o público. 

"Costumo dizer que todo relacionamento começa com Jorge & Mateus e termina com a sofrência de Pablo. Mas, se você quer dar a volta por cima, é só com o Safadão", disse ele, acrescentando que "não existe sofrimento que uma 'lapada' bem dada na resolva". "Comigo é assim: lapada, lapada, lapada".

Apesar do público novato predominar, na plateia estavam também os fãs fiéis de Safadão, caso da mineira Débora Paiva, 34, que há um ano mora em São Paulo. "Sou apaixonada por ele. Já vi shows do Garota Safada [antiga banda de Safadão] em Fortaleza e em Salvador", contou. "Em São Paulo é a primeira vez que assisto ao show dele. Das outras vezes eu tentei ir, mas sempre esgotava muito rápido".

Com a plateia nas mãos, Safadão não precisava ter apelado, no final do show, a truques baratos para conquistar o público. O cantor dedicou cerca de cinco minutos a um medley dos funks "Tá Tranquilo, Tá Favorável" (MC Bin Laden), "Baile de Favela" (MC João) e até o antigo "Um Morto Muito Louco" (Furacão 2000).

Em março deste ano, durante o Lollapalooza, o duo eletrônico Jack Ü homenageou o cantor tocando algumas de suas músicas em um dos palcos principais do festival. Se até no exterior a fama de Safadão já chegou, após uma turnê concorrida pelos Estados Unidos, agora ele finalmente fincou os pés em São Paulo.