Julie Andrews e Ramones recebem Grammy por contribuição à música
Os pioneiros do punk Ramones, a atriz e cantora britânica Julie Andrews e o baterista de jazz Roy Haynes estão entre a variada gama de estrelas que receberam o Grammy pelo conjunto da obra na noite do sábado (12).
Eles foram homenageados em uma cerimônia ao lado da cantora country Dolly Parton, o Quarteto de Cordas Juilliard, o grupo de folk Kingston Trio e a lenda da música gospel George Beverly Shea, cujo rico barítono está intacto aos 102 anos.
O evento aconteceu um dia antes do 53o Grammy Awards deste domingo, e os homenageados serão mencionados durante a transmissão. Mas isso não foi suficiente para o irmão do falecido Joey Ramone, vocalista dos Ramones. "Isso deveria ir ao ar amanhã (hoje) à noite, e deveriam tirar o Justin Bieber", brincou Mickey Leigh.
Foi um momento agridoce para os Ramones, banda cujas canções rápidas e cruas como "Blitzkrieg Bop" e "Sheena Is a Punk Rocker" abriram caminho para grupos como Sex Pistol e Green Day.
Mas a banda nunca obteve sucesso comercial, e três de seus membros fundadores morreram na década passada: o baixista Dee Dee Ramone, o guitarrista Johnny Ramone e o líder Joey Ramone. Os membros não eram parentes, mas compartilharam o nome no palco.
Ainda gravando e fazendo turnês, Haynes é uma figura essencial na cena pós-guerra do jazz que tocou com Miles Davis, Dizzy Gillespie, Thelonious Monk e John Coltrane.
"Agora que os dias são curtos, estamos no inverno, penso na minha vida como um vinho de safra antiga em belos tonéis", disse ele, poético. "Ando de limusine, são os choferes que dirigem, agora que tenho 85 anos".
Ele é um novato comparado a Shea, que está preso a uma cadeira de rodas, mas continua cheio de tiradas. O canadense, que compôs a memorável "The Wonder Of It All" e se juntou à Billy Graham Crusade em 1940, avaliou seus colegas de premiação e disse se lembrar do fazendeiro que queria montar uma mula na corrida de cavalos de Kentucky. Quando indagado por que, o fazendeiro replicou: "Olhe as companhias dele".
Julie, de 75 anos, aproveitou a ocasião para chamar atenção para os cortes nos programas de música nas escolas. Ela se tornou uma das maiores estrelas de Hollywood interpretando babás recatadas e alegres em musicais dos anos 1960 como "Mary Poppins" e "A Noviça Rebelde".
Aos 65 anos, Parton não pôde comparecer à cerimônia por compromissos familiares, mas enviou uma mensagem de vídeo. Comentando já ter recebido sete Grammys, ela disse estar trabalhando em novas músicas e que espera duplicar sua coleção.
O Kingston Trio, mais conhecido como "Tom Dooley", ajudou a assentar as bases para o renascimento do folk nos anos 1960. Único membro original remanescente, Bob Shane afirmou que um grupo autorizado leva seu legado adiante e que aspirantes pode até mesmo visitar um campo de fantasias do Kingston Trio. "Não sei bem como é a fantasia", acrescentou.
O Quarteto de Cordas Juilliard também passou por muitas mudanças de formação desde que foi criado em 1946. Entre os homenageados se encontrava Robert Mann, que foi o primeiro violinista do grupo durante seus primeiros 51 anos de existência.