Integrante presa do Pussy Riot diz sofrer ameaças de morte

Alissa de Carbonnel

Moscou

  • Sergei Karpukhin/Reuters

    Maria Alyokhina, integrante do grupo Pussy Riot, é escoltada em sua chegada ao tribunal de Berezniki

    Maria Alyokhina, integrante do grupo Pussy Riot, é escoltada em sua chegada ao tribunal de Berezniki

Uma integrante da banda punk russa Pussy Riot presa por participar de um protesto contra o presidente Vladimir Putin disse ter recebido ameaças de morte e se queixado de abusos na colônia penal onde cumpre pena de dois anos.

Mas Maria Alyokhina e sua colega Nadezhda Tolokonnikova, presa pelo mesmo motivo, dizem não lamentar o protesto, apesar das duras condições carcerárias que enfrentam, segundo entrevistas publicadas na quarta (23)  pelo jornal oposicionista Novaya Gazeta.

Alyokhina, de 24 anos, que neste mês perdeu um recurso em que pedia o adiamento da pena para que ela pudesse cuidar do seu filho de cinco anos, disse que foi transferida em novembro para uma cela solitária, após sofrer ameaças de presas que ela suspeita terem agido sob ordem de autoridades prisionais.

"Se permanecer nessa unidade - vai ser o fim para você . Os direitos humanos são flagrantemente violados aqui", disse Alyokhina, detida numa colônia penal da região de Perm, nos montes Urais. "Qual é a coisa mais difícil? Entender como esse sistema funciona, como ele cria uma mentalidade escravista. Ignorância, covardia, traição e denúncia são a norma", disse ela.

Tolokonnikova, 23, que também tem um filho pequeno e cumpre pena na região da Mordovia, no centro da Rússia - conhecida por seu legado de campos prisionais soviéticos -, disse não ser vítima da mesma pressão de Alyokhina, mas descreveu inclementes condições de trabalho forçado. Como muitas detentas russas, ela trabalha para cumprir quotas costurando casacos, a um salário de 350 rublos (11,59 dólares) por mês, segundo ela.

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