Placido Domingo vem ao Brasil torcer pela Espanha e verá a final da Copa
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Mario Anzuoni/Reuters
O tenor espanhol Placido Domingo posa para fotos no Dorothy Chandler Pavilion in Los Angeles, onde encerra no próximo fim de semana sua 28ª temporada com a Ópera de Los Angeles, onde é estrela e também diretor geral
Com a aproximação da Copa, os fãs do futebol vão inevitavelmente direcionar a conversa para o jogo bonito. Isso inclui Placido Domingo, que aos 73 anos explica ser capaz de ainda ajoelhar-se para declarar amor à ópera.
"Eu fui goleiro e sei como me jogar no chão", disse o cantor espanhol de ópera. Mesmo com a ajuda de seu passado no esporte, o tenor que se tornou barítono nunca poderia imaginar onde estaria hoje, ainda cantando nos palcos de todo o mundo.
Após a sua última performance na ópera "Thaís" no sábado (7), Domingo vai para a Europa antes de vir ao Brasil para a Copa do Mundo. Ele vai chegar a tempo das quartas de final e está torcendo por sua amada Espanha.
As apresentações de Domingo incluem um concerto no Rio de Janeiro dois dias antes da final. Não há dúvidas sobre onde ele estará no dia 13 de julho: no estádio do Maracanã. "Eu assisto às finais desde 1974", contou.
Ele exerce a dupla função de cantor e diretor geral da Ópera de Los Angeles, onde neste fim de semana encerra a 28ª temporada como o monge apaixonado Athanael na ópera de Massenet "Thaís", o 139º papel de sua carreira.
Há cerca de 18 anos, Domingo assumiu a direção da Ópera Nacional de Washington, e há mais de uma década está na atual função. "Eu realmente pensei que cantaria por um período muito curto", disse à Reuters em uma entrevista nesta semana no pavilhão Dorothy Chandler, onde se apresentou pela primeira vez em 1967.
Depois de se recuperar de uma embolia pulmonar no ano passado, Domingo atribui sua carreira a uma paixão pelo que faz e à sorte de manter a voz intacta. "Muitas pessoas mais novas do que eu não cantam mais, e eu ainda estou cantando", disse Domingo. "Eu não sei por quanto tempo. Talvez por duas semanas. Em todo caso, meus planos são para mais três anos, pelo menos" disse.
A escolha de Domingo de se juntar à novata Ópera de Los Angeles em meados dos anos 80 agora parece sábia. Uma de suas atribuições à época era cultivar relações com a comunidade criativa de Hollywood e despertar o interesse pela ópera nos diretores de filmes.
A Ópera de Los Angeles é hoje um símbolo no cenário urbano e artístico da cidade ao lado da Filarmônica de Los Angeles, vizinha da Sala de Concertos da Walt Disney.
Domingo vai abrir a nova temporada da Ópera de LA em setembro no papel do pai Giorgio Germont em "La Traviata', ambientada nos anos 20 e com cenário art déco, com direção de sua mulher, Marta. "Nós temos que fazer coisas instigantes para as novas pessoas", disse Domingo.