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China entende convite de Glastonbury a Dalai Lama como ameaça a seu país

Dalai Lama, o líder espiritual do budismo tibetano, foi convidado a comparecer ao Festival de Glastonbury, na Inglaterra, mas o governo chinês considerou o convite uma ameaça à soberania do país - JASON REED
Dalai Lama, o líder espiritual do budismo tibetano, foi convidado a comparecer ao Festival de Glastonbury, na Inglaterra, mas o governo chinês considerou o convite uma ameaça à soberania do país Imagem: JASON REED

Ben Blanchard

De Pequim

26/06/2015 13h00

O governo da China alertou nesta sexta-feira (26) aos organizadores do Festival de Glastonbury que convidar o líder espiritual tibetano exilado, Dalai Lama, para visitar um dos maiores eventos de música da Europa era equivalente a fornecer uma plataforma para que ele iniciasse atividades anti-China.

O escritório do Dalai Lama informou na quinta-feira (25) que ele vai falar no Festival de Glastonbury durante sua viagem à Grã-Bretanha na próxima semana. Ele não tem encontro marcado com autoridades.

O Dalai Lama também vai para a Grã-Bretanha novamente em setembro, pouco antes de o presidente chinês, Xi Jinping, viajar para o país em outubro. A visita de Estado de Xi à Grã-Bretanha é a primeira de um líder chinês em uma década.

Pequim considera o Dalai Lama como um perigoso separatista que busca a independência do Tibet. Ele nega o uso de violência e diz que só quer autonomia genuína para a nação do Himalaia.

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chines Lu Kang disse que não estava ciente dos detalhes do que o Dalai Lama faria no festival.

A China denuncia qualquer país que receba o Dalai Lama. Em 2012, o premiê britânico, David Cameron, teve que mudar a data de sua viagem para a China após Pequim se ofender com seu encontro com Dalai Lama.