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Integrantes do Pussy Riot têm longa história de protestos e ativismo social

A banda russa Pussy Riot durante apresentação - AP/ Czarek Sokolowski
A banda russa Pussy Riot durante apresentação Imagem: AP/ Czarek Sokolowski

Da AFP

17/08/2012 16h54

As três são jovens, adoram música e proclamam sua oposição ao "autoritarismo" do presidente russo, Vladimir Putin, o que valeu a sua banda, Pussy Riot, uma repentina notoriedade e às moças, dois anos de detenção por "vandalismo".

Nesta sexta-feira (17), Nadejda Tolokonikova, Yekaterina Samutsevich e Maria Alejina foram declaradas culpadas de "vandalismo" e incitação ao ódio religioso por terem entoado em fevereiro, encapuzadas e acompanhadas de guitarras, uma "oração punk" contra Putin na catedral do Cristo Salvador, em Moscou.

Até aquele momento, poucos tinham ouvido falar delas. Saiba um pouco mais sobre as três integrantes do Pussy Riot:

Nadejda Tolokonikova, de 22 anos, também integra, ao lado do marido Piotr Verzilov, o grupo Voina, e participou de várias de suas "performances" provocadoras, como o desenho de um falo gigante em 2011 em frente à sede do FSB (Serviço Federal de Segurança, antiga KGB), em uma ponte de São Petersburgo.

Em 2008, Tolokonikova, grávida de nove meses, posou nua em um museu de Moscou em uma postura sugestiva, junto com o marido, para protestar contra a eleição do presidente Dmitri Medvedev, afilhado político de Putin. A performance foi intitulada "Nascimento de um ursinho", em alusão ao futuro presidente ("Medvev" significa "urso" em russo).

A moça tem uma filha chamada Hera, de 4 anos, e participou de várias manifestações contra o governo Putin e a favor dos direitos dos homossexuais. Nascida em Norilsk, cidade industrial do grande norte russo, estudou filosofia na prestigiosa Universidade Estatal de Moscou.

Maria Alejina, de 24 anos, é uma ativa militante ecologista. Nascida em Moscou, ficou conhecida por suas ações em defesa do lago Baikal (na Sibéria) e contra a destruição da floresta de Jimki, nos arredores da capital.

Alejina, de religião ortodoxa, escreve poemas e organiza regularmente, com outras voluntárias, atividades criativas para as crianças internadas em um hospital psiquiátrico de Moscou. Atualmente estuda na Escola de Jornalismo e Literatura de Moscou e cria sozinha o filho Philippe, de 5 anos.

Yekaterina Samutsevich, de 30 anos, é a mais velha do grupo. Formou-se no Instituto de Energia de Moscou e trabalhou em uma empresa do setor militar, onde se dedicou à concepção de programas informáticos para o submarino nuclear "Nerpa".

Renunciou o trabalho para seguir a formação de fotógrafa e de multimídia, entre 2007 e 2009. Samutsevich se define como uma "pintora que faz arte política". Ao lado de Tolokonikova, sua melhor amiga, participou de ações do grupo Voina, como soltar baratas em um tribunal de Moscou em 2010 ou abraçar policiais femininas no metrô da capital em 2011.