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Mais contido do que em 2011, Mike Patton comanda show intenso do Tomahawk

Mário Barra

DO UOL, em São Paulo

30/03/2013 16h32

Principal rosto do Tomahawk, banda que subiu ao palco Butantã do Lollapalooza às 15h30 deste sábado (30), o cantor Mike Patton esteve mais contido do que em 2011, quando esteve no país com o Faith No More durante o festival SWU.

Com pouco público, o show começou sem delongas, com a faixa "Mayday". a primeira reação do público veio quando Mike Patton largou a mesinha para gritar e relembrar um pouco a figura carismática que marcou o Faith No More.

As músicas mais famosas, repletas de referências a drogas e comportamentos sexuais, marcaram o início do set, que contou com "God Hates a Coward" e "Flashbacks", faixas que não estão em "Oddfellows", trabalho mais recente da banda, lançado em 2013.

No palco, o que mais impressionava era a cadência e intensidade de John Stanier, renomado baterista do Helmet, sempre curvo a tocar e mesclando tempos quebrados com sequências potentes no bumbo e na caixa de seu instrumento.

Os talentosos Duane Devison, do Jesus Lizard, e o baixista Trevon Dunn, do Melvins, também estiveram bem no palco, dando corpo ao som pesado e repleto de graves, ritmos quebrados e sons estridentes da guitarra em músicas como "Oddfellows" e "Point and Click".

Já Patton voltou a interagir com o público em português, assim como há dois anos. "Oi, tudo bem?", disse logo no início, para emendar palavrões no restante da apresentação. A atitude chamou a atenção dos fãs, que relembraram o cantor em 2011, quando ele coordenou um coro com os palavrões "po***" e "car****". Quando o guitarrista Devison perguntou ao cantor sobre o motivo dos fãs repetirem os termos chulos, Patton brincou na língua tupiniquim: "não sei, eu não falo português."

Mas a empolgação inicial de Patton deu lugar a uma inquietude já nofinal da apresentação, quando o cantor começou a se sentir incomodado pela apatia do público e pediu mais animação para o cover da banda punk Bad Brains, grupo icônico da cena norte-americana que virá ao Brasil no começo de abril.

O adeus do cantor deu o tom do final melancólico de um show que começou bom. Patton apresentou os membros menos conhecidos do grupo e disse, lacônico: "tchau, brigado".