Com hits e clássicos do hard rock, Aerosmith dá aula de rock de arena
O Aerosmith encerrou a edição 2013 do Monsters of Rock na madrugada desta segunda (21) com um show tecnicamente quase perfeito, cheio de vitalidade, hits radiofônicos e velhos clássicos.
Em duas horas de apresentação, a banda liderada por Steven Tyler repetiu o roteiro das últimas apresentações brasileiras, dividindo seu repertório, de 21 músicas, entre faixas da década de 1970 e da fase mais comercial do grupo, que teve início em 1987, com o álbum “Permanent Vacation”.
Às 23h10, subiram ao palco Tyler, Joe Perry (guitarra), Brad Withford (guitarra), Joy Kramer (bateria) e David Hull, que substitui o baixista Tom Hamilton, que teve de deixar a turnê às pressas devido a problemas de saúde.
Assistir a um show do Aerosmith hoje é ter a certeza de que o grupo dificilmente teria o tamanho que tem no Brasil caso não tivesse “modernizado” sua sonoridade nos anos 1980, apostando em faixas mais comerciais e românticas.
Todas as suas famosas baladas foram extremamente bem recebidas pela plateia. “Cryin'”, "What It Takes" e “I Don't Want to Miss a Thing” provaram que o hard rocker sabe amar, assim como ama os hits mais roqueiros dessa fase (“Love in an Elevator”, “Eat The Rich”, “Livin' on the Edge”).
A se lamentar apenas a apatia diante de gemas da década de 1970, como “Combination” (com Perry nos vocais principais e palhinha de Tyler na bateria) e “No More No More”. Do repertório antigo, apenas a direta “Toys in the Attic” foi capaz de cativar como as mais recentes.
Além de passear por uma vasta galeria de sucessos de rádio e MTV, o Aerosmith pôde ainda mostrar um pouco de suas principais influências, com covers de Led Zeppelin (trecho de “Whole Lotta Love”), Beatles (“Come Together”) e James Brown (“Mother Popcorn”).
O suingue do “Rei do Soul", por sinal, é o grande diferencial do Aerosmith entre seus pares do hard rock, vide os “funks de branco” “Walk This Way” e “Last Child”, que jamais deixaram (nem deixarão) o repertório dos shows.
Trajado de calça cintilante e camiseta regata de oncinha, o andrógino Steven é quem rege o espetáculo. Ao contrário do “cool” e nem sempre bem humorado Joe Perry, o vocalista interage o tempo inteiro, e não apenas com o público, mas com todos os companheiros de banda. E se esbalda.
Ele canta, dança, divide o microfone, arremessa sua gaita e não se faz de rogado ao catar um sutiã arremessado na passarela do palco. “Isso é seu?”, brincou, dirigindo-se ao “tecladista-fantasma” Russ Irwin. Em “Walk This Way”, Steven ainda terminou dançando com uma fã, que recebeu um “generoso” selinho da segunda boca mais famosa do rock.
No bis, após duas horas de aula de rock de arena, as clássicas “Dream On” (com Steven no piano de cauda) e “Sweet Emotion”, tocada propositalmente no talo. Talvez a música que melhor sintetize o espírito safado e cheio de de segundas intenções do grupo.
A turnê brasileira da banda começou na última terça, quando tocaram em Curitiba. No dia 18, apresentaram-se no Rio; neste domingo estão encerrando o Monsters of Rock, em São Paulo, e no dia 23 se despedem do país com show em Brasília.
Festival
O segundo dia de Monsters of Rock, neste domingo (20) foi dedicado ao hard rock. Além do Aerosmith, a escalação contou com shows de Whitesnake, Ratt, Buckcherry, Queensrÿche, Dokken, Dr. Sin e Doctor Pheabes. No sábado, o new metal o metal moderno tomaram conta com Slipknot, Korn, Limp Bizkit, Killswitch Engage, Hatebreed e Gojira.
Set list Aerosmith:
Back in the Saddle
Love in an Elevator
Toys in the Attic
Oh Yeah
Pink
Dude (Looks Like a Lady)
Rag Doll
Cryin'
Last Child
Jaded
Combination
Eat the Rich
What it Takes
Livin' On The Edge
I Don't Want to Miss a Thing
No More, No More
Come Together - Cover
Mother Popcorn/Walk This Way
Dream On
Sweet Emotion
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