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Corte de Moscou proíbe exibição de vídeos do grupo Pussy Riot no YouTube

Yekaterina Samutsevich (esq.), Maria Alyokhina (centro) e Nadezhda Tolokonnikova (dir.). do Pussy Riot durante audiência em tribunal de Moscou (10/10/12). Yekaterina Samutsevich foi liberada da prisão - EFE/Maxim Shipenkov
Yekaterina Samutsevich (esq.), Maria Alyokhina (centro) e Nadezhda Tolokonnikova (dir.). do Pussy Riot durante audiência em tribunal de Moscou (10/10/12). Yekaterina Samutsevich foi liberada da prisão Imagem: EFE/Maxim Shipenkov

Do UOL, em São Paulo

29/11/2012 10h23

A corte de Moscou determinou nesta quinta-feira (29) que os vídeos de performances do grupo Pussy Riot, incluindo a "oração punk", são "extremistas" e não devem ser acessados pela internet na Rússia, segundo o site da revista “The Hollywood Reporter”.

A decisão do tribunal se aplica a quatro vídeos que estão circulando online há quase um ano. Além da "oração punk", que as três cantaram em fevereiro na catedral de Cristo Salvador, perto do Kremlin, e pedia à Virgem a "expulsão" de Vladimir Putin do poder, os vídeos das performances ilegais da banda na Praça Vermelha, no telhado de um ônibus e em desfiles de moda e lojas caras, também foram considerados "extremistas".

Maria Alyokhina, Nadezhda Tolokonnikova e Yekaterina Samutsevich foram condenadas a dois anos de prisão por "vandalismo" e "incitação ao ódio religioso" em 17 de agosto. Porém, Samutsevich foi a única integrante do trio Pussy Riot a ser solta.

Segundo a lei russa, todos os conteúdos online "extremistas" têm que ser excluídos e solicitações devem ser enviadas ao Ministério Público, que iniciou o caso, sobre eliminar os vídeos do YouTube e do RuTube, serviço de vídeo mais popular do país.

A "oração" do grupo Pussy Riot contra Vladimir Putin

Sob o código administrativo do país, posse e distribuição de "materiais extremistas" são puníveis com uma multa entre US$ 32 e US$ 97 ou 15 dias de prisão, para indivíduos, e com uma multa de até US$ 3.220 para empresas. Anteriormente, provedores de internet bloqueavam voluntariamente o acesso ao conteúdo considerado "extremista".

A Igreja Ortodoxa Russa elogiou a decisão do tribunal. "[Os vídeos] são nojentos", disse o padre Vladimir Viglyansky à revista “LifeNews”. "Meu desejo humano normal é que eles não existam."

A integrante Yekaterina Samutsevich afirmou ao site do jornal “Gazeta.ru” que ela vai apelar contra a decisão do tribunal. Samutsevich também se voluntariou para testemunhar a favor dos vídeos do Pussy Riot, mas a corte recusou seu testemunho.