Com show de The Killers, chuva e lama marcam 1º dia do Lollapalooza
A chuva que caiu nesta sexta-feira (29) sobre o Jockey Club de São Paulo foi uma das grandes vilãs do primeiro dia do festival Lollapalooza Brasil 2013.
Com sol no início da tarde, boa parte do público não se preparou para a mudança no clima e sofreu com calçados inadequados e capas de chuvas compradas na hora. A chuva transformou o gramado do Jockey em lama e acentuou o odor de estrume de cavalo, e só deu trégua no fim do dia, pouco antes do show do Cake.
Qual foi o melhor show do primeiro dia do Lollapalooza Brasil 2013?
Resultado parcial
Total de 1172 votosOutro problema deste primeiro dia foram as filas para retirada de ingressos comprados antecipadamente. A espera no espaço montado em frente ao Jockey era de cerca de 2h30 no fim da tarde, o que levou ao surgimento de “facilitadores”. Eles abordavam o público que se aproximava e cobravam R$ 50 para furar a fila. Informada, a organização do evento afirmou que reforçou a equipe dedicada ao serviço para normalizar a espera.
As filas também foram longas nos caixas que vendiam as fichas Pillapalooza, utilizadas para comprar bebidas e alimentos, que chegara a ser de 40 minutos. Dentro do evento, o preço do chope era de R$ 8 e da água e dos refrigerantes, R$ 4.
De acordo com a organização, 52 mil pessoas passaram pelo Jockey neste primeiro dia de Lollapalooza. No principal posto de atendimento médico foram registradas 93 ocorrências.
Shows
O show mais aguardado da noite, da banda The Killers, foi também o que mais empolgou o público logo na abertura, com o sucesso “Mr. Brightside”. Fãs do grupo chegaram ao Jockey Clube na madrugada anterior ao show, com chuva, para garantir o lugar na apresentação que encerrou este primeiro dia de festival. No público estava um casal de Belém que se conheceu e se casou ao som da banda e veio a São Paulo especialmente para a apresentação.
Também uma das principais atrações do primeiro dia do evento, os californianos do Cake se apresentaram no palco Butantã, sendo prejudicados pela invasão do som da tenda Perry situada do lado esquerdo do palco. Mesmo que estava em posição oposta conseguia escutar os graves e o ritmo típicos do som eletrônico do espaço ao lado.
Mesmo assim, o carismático vocalista John McCrea tentou animar o público, que compareceu em bom número à apresentação. McCrea se esforçava para se comunicar em inglês, agradecendo pela presença e tentando animar o público. O vocalista também destacou a cultura brasileira ao conversar insistentemente com o público, chegando a tentar uma identificação com os paulistanos com comentários sobre o trânsito da cidade. Com tanta falação, parte do público começou a deixar o local.
CERTO E ERRADO
Acertos
1 Pontualidade das bandas
2 Sinalização
3 Show do The Killers
4 Kidzapalooza
5 Telões grandes e em maior nº
Erros
1 Retirada e compra de ingressos
2 Som do palco Butantã
3 Lama e mau cheiro
4 Filas nos banheiros e bares
5 Clima: sol forte, chuva e frio
Mas a animação – e os “fujões” voltaram -- quando o grupo tocou os covers tradicionais de “I Will Survive”, hit de Gloria Gaynor, e “War Pigs”, do Black Sabbath. A mais cantada e ovacionada foi a faixa “Never There”, maior sucesso do grupo no Brasil, presente no terceiro álbum da banda, “Prolonging the Magic”.
Única atração eletrônica dos palcos principais neste primeiro dia, o DJ canadense Deadmau5 foi o último a subir ao palco Butantã na noite desta sexta. Com som mais alto e sem interferências do palco Perry, a apresentação teve seu ponto alto com a música “Killing in the Name”, do Rage Against the Machine, que levou o público a abrir rodas de "bate cabeça".
Na plateia, vários fãs imitavam o artista, dançando com orelhas abanando, uma alusão ao nome do produtor (rato morto, em tradução livre). DeadMau5 se apresentou com um capacete gigante em formato de cabeça de rato, algo tradicional em seus shows.
Os veteranos do Flaming Lips, que ocuparam o Palco Cidade Jardim antes do The Killers, fizeram uma apresentação psicodélica, com direito a um bebê de mentira no colo do vocalista Wayne Coyne.
Mais cedo, no fim da tarde, a banda islandesa Of Monster And Men fez seu primeiro show no Brasil sob chuva, mas a garoa não espantou o público do palco Butantã, que dançou, aplaudiu e fez coro nas músicas mais animadas, como "Little Talks" e "Mountain Sound". O setlist contemplou o repertório do disco "My Head is an Animal".
No palco, quem se destacou pela empolgação foi o baterista Arnar Rósenkranz Hilmarsson, que deixou o instrumento em vários momentos para pedir animação ao público.
Assim como o Cake, a banda também sofreu com a proximidade da tenda Perry, com o som eletrônico interferindo principalmente nas músicas mais lentas.
As apresentações começaram e terminaram sem atrasos, nos horários previstos na programação.
Acesso
A estação Butantã do metrô, principal acesso ao Jockey, apresentou grande movimentação durante o dia. Os motoristas que decidiram ir de carro se depararam com intensa fiscalização da CET, que multou tanto os carros estacionados em local proibido quanto os veículos que paravam por tempo longo para embarque e desembarque.
Acessibiliade
Pela primeira vez um festival de grande porte no Brasil contou com tradução dos shows para a língua dos sinais. A tradutora Cyntia Santos ficou posicionada em uma plataforma junto ao Palco Cidade Jardim e contou que a iniciativa é um teste. "A ideia é fazer esse piloto em alguns shows para que, no ano que vem, seja implantando em todas as apresentações", afirmou.
Por outro lado, a estrutura para receber deficientes físicos apresentou falhas e gerou reclamações. O público com problemas de mobilidade apontou problemas como a lama, que dificultava a locomoção das cadeiras de rodas, falta de bancos para acompanhantes nas plataformas reservadas para deficientes e localização ruim desses espaços, muito distantes do palco. Também houve reclamações sobre falta de sinalização do serviço de shuttle no metrô.
Kidzapalooza
Como em 2012, o público infantojuvenil teve seu espaço no Kidzapalooza, dedicado a crianças e adolescentes, que também existe no evento original. Os pais que levaram seus filhos ao festival este ano destacaram melhorias como um portão destinado especialmente para menores de 12 anos com seus acompanhantes, facilitando a entrada desse público.
* Com reportagem de Estéfani Medeiros, Mário Barra e Natália Guaratto
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