Mixhell vem ao Lolla com som próprio para "iPod e pista de dança"
Uma das atrações do último dia de atrações do Lollapalooza neste domingo (31), o grupo eletrônico Mixhell, formado por Iggor Cavalera, a DJ Laima Leyton -- mulher do baterista -- e o baixista e produtor Max Blum, vem ao festival com uma proposta de consolidar uma base de fãs para o som da banda no Brasil, com músicas que misturem elementos próprios de shows ao vivo com outros mais comuns em pistas de dança.
"Agora a gente toca mais ao vivo, trazendo aquele as nossas músicas, que eram mais de pista eletrônica, e colocando em um formato ao vivo", explica Laima, que define o som do grupo como algo pensado para ser ideal para ocasiões diversas. "Tem cover de rock, de eletrônica, sempre bem diferentes das versões originais. Tudo isso com doze músicas novas, tudo pensado para funcionar tanto no iPod de uma pessoa como na pista de dança."
Projeto iniciado há seis anos pelo casal, o Mixhell representava o desejo de Iggor e Laima de discotecar e apresentar remixes dos sons que gostavam. Sem pretensão de lançar discos, o grupo foi aos poucos reunindo músicas desde 2012 até o momento em que conseguiram para gravar o CD. "Não houve muito um momento de produção, algumas faixas levaram três dias pra gente fazer e outras, anos", afirma Laima, citando que o novo trabalho conta com covers de rock e outros artistas eletrônicos, além de até doze músicas novas.
Mas ainda que o grupo tenha começo como um duo, Blum sempre esteve envolvido com a produção da banda e, recentemente, durante a gravação do álbum "Spaces", foi oficializado como integrante. "A gente trouxe muita coisa que gostamos e adaptamos ao jeito Mixhell de fazer", diz o baixista, que comentou sobre as influências que o trio aproveita na hora de tocar como o o som disco e a fase mais antiga do house. "A gente gosta de coisas com uma pegada orgânica, mesmo que feitas sinteticamente. A gente nunca foi de fazer música eletrônica repetitiva, o universo da onde a gente veio é mais misturado."
Já Laima celebra que o Mixhell tenha conseguido manter o pé fincado na cena eletrônica. "A gente nunca pensou em virar uma banda que fosse deixar de ser dance floor. Inclusive pra gente é importante ter sido escalado no line-up eletrônico desse festival", afirma.
Foco no Brasil
Os integrantes acreditam que o Mixhell passa pelo mesmo fenômeno cultural que ocorreu com Sepultura e o Cavalera Conspiracy, trabalhos mais conhecidos de Iggor Cavalera: o reconhecimento veio somente após o desenvolvimento do grupo fora do país. "Na Europa, você faz um remix, faz um single, dá para continuar na cena. Pra gente fica mesmo essa impressão de que as coisas são muito mais fáceis e fluidas lá", diz Laima.
"Nossa ideia é criar uma cena mesmo aqui no Brasil. Querendo ou não, a visibilidade ainda é maior na Europa, mas a gente tem uma insistência em fazer as coisas acontecerem aqui de forma legal", conta Iggor. "Sem forçar a barra, mas criando uma base de fãs sólida aqui."
Para que isso aconteça, o trio aposta em uma estretégia voltada ao país, com apresentações em locais pequenos e em grandes festivais. No caso do Lollapalooza, Iggor se diz orgulhoso por ter testemunhado a primeira edição do evento nos Estados Unidos e cita sua própria experiência. "Pra mim, já rolou muito de estar em um festival e descobrir algo que eu não fazia ideia e, depois, ter me tornado fã", comenta.
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