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Baixista de Hendrix recebeu R$ 186 mil para tocar na Virada Cultural; veja outros cachês

Do UOL, em São Paulo*

23/05/2013 11h48

Ex-parceiro e baixista de Jimi Hendrix, o americano Billy Cox foi o artista que mais faturou na Virada Cultural. De acordo com informações publicadas no "Diário Oficial da Prefeitura de São Paulo" nesta quinta (23), o cachê pago ao músico e a banda foi de R$ 186 mil.

Billy Cox é famoso por tocar também com a Band Of Gypsys, banda do icônico guitarrista de rock na década de 70. O segundo maior cachê também foi para um estrangeiro, o uruguaio Jorge Drexler, que encerrou o evento no centro paulistano com sua mistura de música latina e pop. 

Entre os brasileiros, os mais bem pagos foram Daniela Mercury e Zimbo Trio, que abriram a programação do evento no sábado, além de Gal Costa, com R$ 90 mil e o grupo de rap Racionais MC's, que recebeu R$ 70 mil. Entre as intervenções artísticas, o VJ Alexis Anastasio recebeu R$ 160 mil por suas projeções no centro da cidade e os artistas de stand-up comedy tiveram uma verba de R$ 158 mil. 

De acordo com o "Valor Econômico", os cachês foram publicados apenas no "Diário Oficial do Município", por isso não foram listados os de artistas contratados por parcerias do SESC, como os músicos George Clinton e o grupo de rap Black Star. 

- Billy Cox, R$ 186 mil
- Jorge Drexler, R$ 126.943
- Daniela Mercury e Zimbo Trio, R$ 98 mil
- Gal Costa, R$ 90 mil
- Racionais, R$ 70 mil
- Nelson Triunfo (e vários artistas de "break" e "hip hop") - R$ 150 mil
- Gabi Amarantos, R$ 68 mil
- Sérgio Reis e Renato Teixeira - R$ 66 mil
- Kleiton & Kledir - R$ 60 mil
- Raça Negra - R$ 52 mil
- Criolo, R$ 50 mil
- Jorge Aragão - R$ 45 mil
- Luiz Caldas - R$ 43 mil
- Tulipa Ruiz - R$ 41 mil
- Lobão, R$ 30 mil
- Otto - R$ 28 mil
- Angela Ro Ro - R$ 25 mil
- Rappin Hood, R$ 23,6 mil
- Barbatuques - R$ 22.400
- Céu e Banda - R$ 20 mil
- Lucas Santtana - R$ 17 mil  
- Intervenção Artística do VJ Alexis Anastasio - R$ 160 mil
- Stand up Comedy (vários comediantes) - R$ 158 mil
- Ringue de luta - R$ 74.118

Artistas nacionais abaixam o cachê em troca de mais exposição

Produtores justificam os "descontos" dos artistas nacionais com a exposição que ganham no evento, que funciona como uma vitrine especialmente para os grupos menos conhecidos. O Valor constatou valores que representam apenas 25% do preço regular cobrado por um espetáculo. 

"Em geral, pratico preços menores para conseguir entrar no evento. A Virada atrai olhares e existe um retorno do público. A galera veio em peso falar com o grupo depois da apresentação", atesta André Maizena, produtor da Cia de Bonecos Urbanos. O espetáculo "O Conto do Anjo Caído" custou R$ 7,8 mil, mas o normal seria R$ 10 mil.

  • Daniela Mercury teria reduzido o cachê para se apresentar no evento com Zimbo Trio

Artistas consagrados, como Gal Costa e Daniela Mercury, também teriam feito preços menores do que costumam cobrar nas suas apresentações, de acordo com informações da curadoria do evento. José Mauro Gnaspini, um dos nove curadores envolvidos, diz que "com o passar dos anos, a Virada ficou mais apetitosa para os artistas". Por isso, alguns preferem cobrar menos a correr o risco de não estar entre os selecionados.

Para um "ajuste de preços" para a Virada, alguns artistas optam por levar espetáculos que já estão montados - assim não investem na criação de uma nova montagem - e também dão preferência a estruturas menores do que costumam levar em seus shows. Daniela Mercury, por exemplo, se apresentou com o Zimbo Trio e não com as 26 pessoas com as quais têm feito os últimos shows, segundo Gnaspini .

Gnaspini, que foi curador do evento em outros anos, disse que dificilmente na curadoria da Virada se trabalha com preços exorbitantes e não existe: ?quero muito este artista e pago qualquer valor'. Estão entre "critérios" de seleção de artistas fechar cachês por oportunidade. "Oportunidade é artista internacional que já tem agendada turnê na América do Sul e a gente segura São Paulo ou mesmo um brasileiro que faz um bom preço para a Virada", explica.

O evento custou R$ 10 milhões, cerca de 60% são estimados em valores gastos com os "cachês brutos" dos artistas. Isso inclui pagamento com passagens, custos de vistos, refeição, entre outros. Veja abaixo os cachês publicados no Diário Oficial da Cidade de São Paulo na manhã desta quinta (23). 

* com informações do Valor Econômico