Impecável, Judas Priest faz público do Monsters "esquecer" Motörhead
Sem alongar o show, como prometido pela produção após o cancelamento do Motörhead, o Judas Priest entregou uma de suas clássicas e extensas apresentações no Monsters of Rock.
Couro, luzes, telões fumegantes, vocais agudos, duelos de guitarra e alguns dos maiores clássicos do heavy metal fizeram do Anhembi palco de uma grande liturgia. Ou de um grande amontoado de clichês.
Pouco importa. Foi o melhor show do festival até aqui, mesmo sob o frio e a fina chuva que caía no sambódromo, já com cerca de 30 mil pessoas.
A apresentação serviu também para acalmar os ânimos de parte do público, ainda inconformado com o cancelamento da banda do vocalista Lemmy Kilmster. Se "Deus" teve problemas gástricos e não pôde comparecer, havia o "metal god" como recompensa.
Rob Halford, claro, é o centro das atenções no Priest. Aos 63 anos, com carisma e voz praticamente intactos, ele se movimenta pouco, não fala muito e troca várias vezes de roupa no palco.
Ainda dono de uma presença de palco invejável, vence pela performance. Difícil encontrar no gênero, que ele mesmo ajudou a moldar, outro vocalista com tanto magnetismo e versatilidade vocal.
O show, de tom épico, mistura músicas de quatro décadas da história do heavy metal, com poucas faixas recentes --com destaque para as do elogiado "Redeemer of Souls" (2014).
A horda de fãs que esteve no Anhembi especialmente para ver o Judas certamente não esquecerá dos momentos de verdadeiro amor metálico proporcionados por "Breaking the Law", "Victim of Changes", "Electric Eye", "Painkiller" e "Hell Bent for Leather" --esta com direito a entrada triunfal do vocalista no palco em uma moto Harley Davidson. O metal venceu.
O Monsters of Rock segue neste sábado (25), com show de Ozzy Osbourne. Neste domingo (26), se apresentam nomes como Accept, Manowar, Kiss e, novamente, o Judas Priest.
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