Topo

Monsters cresce, ganha em organização mas peca em preços e fila de entrada

Leonardo Rodrigues <br> Felipe Branco Cruz <br>

Do UOL, em São Paulo

26/04/2015 06h00

O primeiro dia de Monsters of Rock, neste sábado (25), no sambódromo do Anhembi, foi marcado pela organização, poucos atrasos nos shows e por um público numeroso, de 35 mil pessoas. 

A estrutura do sambódromo do Anhembi funcionou. Poucas filas, comida variada e um leque de produtos e serviços de entretenimento para todos os gostos. De barbearia hipster/metaleira a um estúdio de fotografia e food trucks. Nunca o festival teve uma cara tão profissional. 
 
O público ouvido pelo UOL mostrou ter aprovado o crescimento da estrutura. Ainda que surgissem reclamações, especialmente sobre o preços da alimentação —com cerveja e refrigerante a R$ 9, um simples sanduíche era vendidos por quase R$ 25 na área gourmet. Outros pontos negativos citados foram o trânsito na região, com poucos locais de estacionamento, e o longo caminho percorrido até a entrada do show. Alguns fãs afirmaram ter passado mais de 30 minutos em pé até entrar no sambódromo no fim da tarde.
 
"Antigamente não havia tanta estrutura, mas era muito fácil entrar aqui dentro. É uma organização que tem seu lado negativo", disse o coordenador de projetos Rogério Esquiante, 45. "Nem tudo é perfeito. É difícil chegar, mas realmente a estrutura melhorou muito do passado, além de haver muito mais variedade de estilos musicais também", completou o geólogo Andrew Muller, 44, que esteve na primeira edição brasileira do festival, em 1994, no Pacaembu.
 
Cancelamento do Motörhead
 
Como ponto negativo da abertura do Monsters of Rock, além da garoa que caiu no início da noite, mas sem prejudicar as apresentações, houve o inesperado cancelamento do Motörhead, após o vocalista Lemmy Kilmster sofrer um problema gástrico no hotel, na última sexta (24).
 
O imprevisto, que revoltou muitos fãs, foi contornado pela organização com uma solução prática: convidar os outros integrantes da banda para uma jam session com o "faz tudo" Andreas Kisser e seus colegas de Sepultura. Com ar de improviso, o "Sepulhead" executou clássicos da banda inglesa durante 15 minutos. 
 
"Entendemos que ele está doente. Queríamos o Lemmy, mas o Sepultura é bom. E achei que a banda respeitou os fãs ao fazer a jam", disse o bancário Silnei Barbosa, 39. 
 
"Êxodo" de headbangers
 
Com a escalação recheada de nomes de peso, o Monsters of Rock deste ano viu um fato incomum: um enorme "êxodo" de fãs. Headbangers do exterior e de todas regiões do país desembarcaram em São Paulo para acompanhar o festival, com alguns tendo de se virar em acampamentos na entrada do Anhembi.
 
Uma sinalização bilíngue e funcionários treinados para atender estrangeiros podem ser soluções para as próximas edições, para atender melhor a viajantes como o japonês Yusuke, 33. Ele veio ao Brasil apenas para ver os shows. "Quero ver o Manowar", disse o jovem à reportagem, em inglês sofrível, sem entender nenhuma palavra de português.
 
Confira a programação de shows deste domingo no festival:
 
12h15 - Dr Phoebes
13h05 - Steel Panther
14h20 - Yngwie Malmsteen
15h50 - Unisonic
17h20 - Accept
18h50 - Manowar
20h40 - Judas Priest
22h30 - KISS