Steve Aoki: "É só virar popular para as pessoas te odiarem"
Ao lado de David Guetta e Armin Van Buuren, o americano Steve Aoki sabe que ele é uma das atrações mais aguardadas e queridas do festival Tomorrowland Brasil, que acontece em Itu, no interior de São Paulo, até domingo.
"Eu sempre quis mostrar minha música no palco principal para as pessoas, distribuir e receber esse amor. Eu sinto muito orgulho", disse Aoki, em entrevista ao UOL, no backstage do festival, pouco antes de subir ao palco Dinmak, que promove seu novo selo, às 17h. "Mas é só virar popular que as pessoas vão te odiar. Não dá para negar isso. É como as coisas são".
Cerca de 150 DJs estão na programação, mas não tem para ninguém. Hardwell, Afrojack e Steve Aoki fecharam -- e incendiaram -- o palco principal na noite de sexta-feira (1) com hits da EDM (Eletronic Dance Music), a vertente mais popular e radiofônica da música eletrônica. Esse favoritismo é, certamente, um dos ingredientes para o sucesso do festival em sua estreia no Brasil, mas não há outro estilo que tenha roubado a cena no palco principal e em horário tão nobre -- uma das críticas que os amantes do eletrônico mantêm contra o festival.
Com novo disco "Neon Future II" pronto para sair, e repleto de colaborações com artistas como will.i.am e Linkin Park, defende que o gênero é popular por questões culturais.
“Em Ibiza, deep house e house music são muito grandes. É quase tradicional. EDM é quase um bebê, tem uns 5 anos, e por isso que está todo mundo animado. Ele ainda é muito jovem"
O americano diz que há espaço para todas as vertentes do eletrônico crescerem. É questão de tempo. "Eu adorei ver o Jamie Jones no palco Paradise ontem, eu gosto muito dele e de ver aquele estilo de música [minimal house] crescer".
Visitante de carteirinha do país, Aoki acredita que os brasileiros têm uma ligação forte com o eletrônico por causa de um "tempero especial" próprio. "O jeito que as pessoas reagem ao ouvir as músicas, inclusive aquelas que eles nunca ouviram, me surpreende. É o melhor ambiente para esse tipo de música crescer. Por isso faz muito sentido o Tomorrowland estar aqui no Brasil, em São Paulo, representando toda a América do Sul, a América Central", observa.
"Essa música não tem língua, ela às vezes tem um vocal em inglês, espanhol, mas as pessoas vêm até aqui por causa da batida. Só por causa dela. É um sentimento poderoso. É espiritual, cara!"
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