Com cães farejadores, Tomorrowland tem apreensão de drogas em ação da PM
A organização do Tomorrowland Brasil investiu em um forte esquema de revista para evitar a entrada de drogas no festival. A Polícia Militar, que marca presença constante dentro do evento, tem usado até cães farejadores para a missão, algo não muito comum em eventos musicais.
Entre as 335 ocorrências registradas no primeiro dia do evento, que acontece em Itu, a 101 km de São Paulo -- entre pessoas atendidas por desidratação, excesso de álcool, brigas e furtos --, seis pessoas foram encaminhadas à delegacia após a polícia ter encontrado entorpecentes em pequenas quantidades na entrada da Fazenda Maeda. Duas delas faziam parte da equipe terceirizada do próprio festival. De acordo com a assessoria, elas foram demitidas de imediato. Não foi divulgado o conteúdo da apreensão. A reportagem do UOL, no entanto, presenciou pessoas fumando maconha no evento.
As bebidas alcoólicas, mesmo inflacionadas, foram consumidas em alta escala: chegou a faltar vodka em alguns bares no primeiro dia do festival. Cerca de 300 pessoas foram atendidas nos ambulatórios apenas no primeiro dia, a maioria por ter exagerado nas doses.
Muitas pessoas ouvidas pela reportagem disseram que a relação entre a música eletrônica e os entorpecentes não é, obrigatoriamente, tão próxima assim. "Só a vibe daqui dá o efeito. Não precisa de mais nada. Embora eu acredite que muitos usem, como em todos os festivais, de qualquer gênero, a maioria ainda não precisa", disse o estudante Renato Oliveira, 21 anos, de São Paulo. "Isso é preconceito", rebateu o amigo Igor Jordão, 21. "Mas uma bebidinha é sempre bom".
Fernando José, 23, de Bauru, em São Paulo, é um dos adeptos à sobriedade na hora de curtir os shows. "Senão depois você fica sem lembrar de nada", observou.
A estudante G.M., 20, não hesitou em revelar: "Usei de maconha para cima, sem comentários. Tem que usar. Mas foi do lado de fora".
Parte das drogas foram apreendidas com a ajuda de cães farejadores, que tem ajudado o trabalho de revista em algumas entradas do festival.
De acordo com a organização, roubos e furtos -- inclusive na área de camping do evento, Dreamville -- foram baixas: apenas cinco boletins de ocorrências registados.
Assim como quase toda a organização do Tomorrowland, a área de controle do evento, ECC (Event Control Center), é comandada por belgas, oriundos do festival original. Em uma área improvisada e cercada por câmeras de segurança, a área controla toda a Fazenda Maeda e as entradas para o festival na rodovia. Com ingressos esgotados, o festival espera receber 180 mil pessoas nos três dias de programação.
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