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"Lemmy Kilmister era maior do que Jimi Hendrix", diz Andreas Kisser

Paulo Pacheco

Do UOL, em São Paulo

28/12/2015 23h40

A morte de Lemmy Kilmister, líder do Motörhead, nesta segunda-feira (28), surpreendeu Andreas Kisser. Abalado, o guitarrista do Sepultura lembrou com carinho o profissionalismo e o respeito que o músico inglês tinha pela banda brasileira.

"Lemmy foi tudo para a minha geração e até antes", disse Andreas Kisser, por telefone, ao UOL. "Ele viveu a vida do rock and roll e praticamente morreu no palco, fazendo turnê. É um grande exemplo. Um cara que respeitou muito o Sepultura sempre. O Sepultura tirou o nome da banda de uma música do Motörhead. Fizemos várias turnês com o Motörhead, o Lemmy já subiu no palco com a gente".

Para o guitarrista, Lemmy se transformou em um mito do rock e superou ídolos como Jimi Hendrix (1942-1970) e Bon Scott, primeiro vocalista do AC/DC (1946-1980).

"O cara é um mito como Jimi Hendrix, Bon Scott, todos os grandes caras. Maior do que todos eles. Um cara realmente íntegro naquilo que propôs e fez, e isso ninguém pode negar, com uma experiência muito positiva com todo mundo. Quem conheceu Lemmy foi um privilegiado. Sinto-me um privilegiado por ter passado alguns momentos e ter curtido um pouco com ele", disse o guitarrista.

Kisser relembrou o dia em que conheceu Lemmy, "com direito a cerveja e foto", durante a primeira turnê internacional do Sepultura. "Foi em 1989, a primeira vez que a gente foi para a Europa tocar. Conhecemos o Lemmy lá. Ele foi superatencioso, pagou uma rodada de cerveja para todo mundo, tirou foto. Sempre foi muito pé no chão. Uma pena [o que aconteceu]", lamentou ele.

Em abril deste ano, Kisser participou de uma jam session no festival Monsters of Rock, em São Paulo, com dois integrantes do Motörhead, Phil Campbell e Mikkey Dee, ao lado de Paulo Xisto e Derrick Green, seus companheiros de Sepultura. A reunião aconteceu após o anúncio do cancelamento do Motörhead no festival momentos antes do show, por problemas de saúde de Lemmy. 

Lemmy morreu aos 70 anos, completados no último dia 24 de dezembro. Segundo o perfil oficial da banda no Facebook, o músico estava em casa e enfrentava uma "curta batalha contra um câncer agressivo", descoberto no último dia 26.