Juízes do caso Pussy Riot dizem que não foram pressionados para a condenação
Os juízes russos do tribunal municipal de Moscou, que resolveram manter a condenação de duas das três integrantes do Pussy Riot, defenderam publicamente a decisão nesta quinta-feira (11) e disseram que o julgamento foi feito de forma independente e sem pressão.
Larisa Polyakova, a presidente do júri, disse que o tribunal de apelações considerou necessário que Tolokonnikova e Alekhina permaneçam presas. “O tribunal considerou todas as circunstâncias do caso e o nível de perigo para a sociedade e decidiu a correção somente é possível no isolamento da sociedade”, afirma.
Polyakova ainda disse que o fato de que as duas garotas têm filhos pequenos foi levado em conta em primeira instância, que proferiu dois anos de prisão sob a acusação que carrega uma pena máxima de sete anos de detenção.
A presidente disse que a clemência por Samutsevich refletiu “seu grau de participação” no crime.
Durante a audiência do recurso, Mark Feiguín, o advogado das duas mulheres que deverão cumprir a condenação íntegra, pediu à juíza que avalie as pressões exercidas sobre a Justiça pelo presidente, Vladimir Putin. No último domingo (7), o líder russo assegurou: "Na realidade, concordo que tenham sido presas e com a decisão que foi tomada pelo tribunal, já que não se pode fazer cambalear as bases da moral, nem destruir o país. Elas tiveram o que queriam".
"Temos ouvido as declarações (de Putin), mas essa decisão quem toma somos nós mesmos", declarou a juíza, que acrescentou estar "segura da resolução ditada" contra as três mulheres.
A "oração" do grupo Pussy Riot contra Putin
Apelação
O julgamento em apelação de três integrantes do grupo punk russo Pussy Riot aconteceu nesta quarta, no tribunal municipal de Moscou, na presença das três jovens. Nadezhda Tolokonnikova, 22 anos, Yekaterina Samutsevich, 30, e Maria Alyokhina, 24, foram condenadas em 17 de agosto a dois anos de prisão por "vandalismo" e "incitação ao ódio religioso". Nadezhda e Maria foram sentenciadas a cumprir os dois anos de prisão, enquanto Yekaterina teve a pena suspensa.
As três cantaram em fevereiro na catedral de Cristo Salvador, perto do Kremlin, uma "oração punk" que pedia à Virgem a "expulsão" de Vladimir Putin do poder.
As acusadas estavam sentadas em uma área protegida por vidro atrás dos advogados e responderam perguntas da presidente do tribunal.
O tribunal levou em consideração a defesa da nova advogada de Yekaterina, que afirmou que a cliente não participou na "oração" ante o altar, pois foi detida 15 segundos depois de entrar na catedral.
As duas condenadas saberão em dez dias para qual prisão serão enviadas, segundo uma fonte judicial.
*Com informações da agência Associated Press
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