Ozzy e Judas curam tristeza por desfalque de Lemmy Kilmister no Monsters
A triste decepção que chegou a arrancar lágrimas de alguns fãs, quando foi anunciado que Lemmy Kilmister, 69 anos, estava passando mal e não poderia se apresentar com o Motörhead no Monsters of Rock, neste sábado (25), poderia ter estragado o primeiro dia do festival para muita gente. Outros nomes de peso, no entanto, estavam lá para garantir que o público voltasse para casa satisfeito. Ozzy Osbourne, com o seu bom e velho show de sempre, e Judas Priest, com uma apresentação impecável, mostraram por que são considerados "monstros do rock" e curaram a frustração pelo desfalque de Lemmy.
E a banda de Lemmy, na verdade, apareceu. Pouco depois de um integrante da organização ter anunciado que o baixista e vocalista do Motörhead estava com problemas gástricos e não poderia se apresentar --apenas cinco minutos antes do horário previsto para começar o show--, o guitarrista Phil Campbell e o baterista Mikkey Dee subiram ao palco acompanhados de três integrantes do Sepultura: o guitarrista Andreas Kisser, o baixista Paulo Xisto e o vocalista Derrick Green. Os três não fizeram feio como substitutos do "deus do metal", e a plateia pôde sentir um "gostinho" do Motörhead com três clássicos da banda, "Orgasmatron", "Ace of Spades" e "Overkill". A "jam session" foi muito aplaudida pelo público, mas o clima de tristeza e indignação --muitos ficaram bravos pelo fato de a organização não ter avisado mais cedo sobre os problemas de Lemmy--, permaneceu na Arena Anhembi.
Isso até que os britânicos do Judas Priest, liderados pelo vocalista Rob Halford, deram início à sua apresentação e fizeram um show arrasador, com clássicos de várias fases do grupo, na estrada desde 1969. Aos 63 anos, Halford mostrou que a idade não afetou em nada a sua performance e os seus gritos agudos, e ele continua sendo um dos maiores vocalistas do heavy metal em atividade. "Jawbreaker", "Turbo Lover", "Breaking the Law" e "Painkiller" foram alguns dos pontos altos do repertório.
Em seguida, coube a Ozzy Osbourne, 66 anos, encerrar a noite. Sem lançar um disco em sua carreira solo desde "Scream", de 2010 --em 2013, ele lançou o álbum "13" com o Black Sabbath--, o cantor fez seu velho show de sempre, sem nenhuma novidade. Para o público, porém, isso não foi problema. Todos se empolgaram, bateram palmas e cantaram junto enquanto ele mandava um clássico atrás do outro, da carreira solo e do Black Sabbath. Não faltaram hits como "Mr. Crowley", "Crazy Train", "War Pigs", "Iron Man" e "Paranoid".
Deve-se ressaltar, entretanto, que, além das bandas de sexagenários, outras se destacaram no primeiro dia do festival. Coal Chamber e Rival Sons fizeram shows muito aplaudidos. Já o De La Tierra, que conta com Andreas Kisser e músicos latino-americanos, e a banda alemã Primal Fear, que tem na bateria o brasileiro Aquiles Priester, fizeram bons shows, apesar de terem tocado para pouca gente devido à hora em que subiram ao palco (12h e 13h05, respectivamente).
O único equívoco da escalação foi mesmo ter colocado o grupo californiano de glam rock Black Veil Brides para tocar antes do horário que estava previsto para o Motörhead. A banda não agradou e foi xingada por headbangers que estavam próximos ao palco, o que provocou gestos obscenos do vocalista Andy Biersack. No final do show, ele, que ficou incomodado durante toda a performance, até pediu desculpas à plateia.
Neste domingo, os destaques do Monsters serão Kiss, Accept, Manowar e Yngwie Malmsteen, além de Judas Priest, a única banda que toca nos dois dias.
Confira abaixo a programação completa deste domingo:
26/4/2015 - Domingo
12h15 - Dr Phoebes
13h05 - Steel Panther
14h20 - Yngwie Malmsteen
15h50 - Unisonic
17h20 - Accept
18h50 - Manowar
20h40 - Judas Priest
22h30 - Kiss
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