UOL Entretenimento Música
 
Gravadora: EMI
31/03/2009

PETER DOHERTY

"Grace/Wastelands"

Pete Doherty acrescentou um "r" ao seu nome, deixou para trás as guitarras sujas do Babyshambles e os vocais embriagados do Libertines e se reabilitou em carreira solo. Com um violão no colo, ele chamou Graham Coxon (guitarrista do Blur) e os colegas de sua atual banda Mik Whitnall, Adam Ficek e Drew McConnell para respirar ar puro em "Grace/Wastelands".

Tudo é limpo no primeiro disco solo de Doherty: os violões, as letras auto-críticas, o vocal e a produção de Stephen Street, que já trabalhou com Smiths e Blur. "Grace/Wastelands" em nada lembra a turbulenta vida de Doherty, do rebelde cascudo e decadente que ajudou a revitalizar o indie rock britânico no começo desta década.

Há ótimas performances, como em "Sheepskin Tearaway", que Doherty divide o microfone com a voz delicada da escocesa Dot Allison. Na jazzística "Sweet By and By", em seu melhor momento, o piano e o trompete característicos servem de transporte para um bar esfumaçado da década de 50.

"Last of the English Roses" traz uma influência do dub de Gorillaz, projeto do companheiro de banda de Graham Cox, Damon Albarn. A orquestrada "Broken Love Song" é também a mais rock and roll do registro. O baixo cadenciado de "New Love Grows On Trees" entrega o clima de morosidade da faixa.

"Grace/Wastelands" tem uma bossa preguiçosa, com uma vertente de anos 60 em suas composições. As músicas correm sem solavancos, sem grandes surpresas, mas não decepcionam. Doherty está sóbrio, cantando numa festa particular para aqueles vizinhos que sempre reclamaram do barulho. (MARIANA TRAMONTINA)

Compartilhe:

    Hospedagem: UOL Host