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Gravadora: Universal
Preço médio: R$ 30
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27/06/2007

BJÖRK

"Volta"

Antes mesmo do lançamento, o selo One Little Indian, que acompanha Björk desde seus tempos como vocalista dos Sugarcubes no final dos anos 80, já antecipava "Volta" como o maior disco da carreira da cantora.

Várias faixas contam com a participação do produtor Timbaland, conhecido por seu trabalho com grandes nomes como Nelly Furtado e Justin Timberlake. E, independente disso, trata-se de um dos discos com mais apelo pop da carreira solo de Björk. Por essas e outras, a profecia se concretizou e "Volta" foi seu primeiro álbum a figurar no Top 10 norte-americano.

Se engana, porém, quem pensa que a cantora islandesa aderiu à indústria. Mesmo nas faixas produzidas por Timbaland, o que vemos é usual combinação de musicalidade com um modus operandi excêntrico, sempre presente em seu trabalho.

Na primeira música e primeiro single do disco, "Earth Intruders", barulhos bizarros gerados por computador se misturam a uma batida feita de sons "naturais", com resultado ao mesmo tempo estranho e dançante. Outras, como "Wanderlust" e "Innocence", soam mais pop, no sentido convencional, com timbres mais sintéticos, sem no entanto deixar de lado a bela esquisitisse dos vocais de Björk.

Um aspecto interessante de "Volta" é que, apesar de ser um CD, os "lados" A e B estão muito bem demarcados. As últimas faixas, além de mais experimentais musicalmente, trazem letras bastante politizadas, cada uma a sua maneira.

"Declare Independence" por exemplo, faz de maneira quase punk uma analogia entre as o imperialismo e a dominação da mente dos indivíduos, invadidos como se fossem países. Já "Hope" aborda a tragédia humana por trás dos atentados terroristas suicidas de forma original e sem maniqueísmos.

Com "Volta", Björk demonstra mais uma vez que o que importa não é como a música é feita, e sim o resultado. Assim, edições eletrônicas são misturadas sem pudor a instrumentos eruditos e acústicos sem forçar a barra. Assim, mesmo num trabalho que namora a música eletrônica dançante, a cantora continua defendendo seu próprio território, se mantendo como um raro exemplo de artista com seu próprio gênero musical.
(PEDRO CARVALHO)

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